ATENÇÃO: O conteúdo a seguir foi desenvolvido para profissionais e estudantes da área da saúde. Não deve ser utilizado como fonte de consultas por pessoas leigas.

A emergência na asma pode ser fatal. Porém, com o tratamento imediato ideal, o paciente tem chances de receber alta sem internação. Saiba mais!

A asma é uma doença caracterizada por obstrução brônquica recorrente ou contínua, de gravidade variável, relacionada a broncoespasmo e um componente inflamatório.

Estima-se que, no Brasil, existam entre 10 e 20 milhões de asmáticos. Inclusive, a doença é uma das principais causas de atendimento nas salas de emergência com quadro de dispneia.

Neste conteúdo, você encontra um resumo sobre emergência na asma. Confira!

Quando ocorre a emergência na asma

A maioria dos portadores de asma apresenta apenas exacerbações leves e moderadas e melhoram rápido com a medicação de alívio. Mas uma crise pode se iniciar ou se tornar grave o bastante para precisar de atenção médica, seja na rede de atenção primária ou, nos casos graves, em salas de urgência ou hospitais.

Além da intensidade da dispneia e queda da saturação abaixo de 92%, os principais sinais de alarme de crise grave no adulto são:

  • Frequência respiratória > 30 irpm;
  • Frequência cardíaca > 120 bpm;
  • Uso de esternocleidomastoideo e outros músculos acessórios;
  • Sudorese;
  • Agitação, sonolência ou confusão mental;
  • Dificuldade para falar frases inteiras;
  • Dificuldade de ficar deitado por causa da “falta de ar”;
  • Pulso paradoxal (queda pressão sistólica > 12 mmHg na inspiração).

Abordagem da crise grave de asma

Enquanto procura atenção médica, o paciente deve continuar a usar a medicação inalatória em intervalos curtos, de acordo com a intensidade dos sintomas. 

No atendimento inicial, devem ser abordados rapidamente dentro do protocolo descrito nesta rotina, que inclui:

  • Medicação inalatória de urgência com β2-agonistas de ação curta e ipratrópio;
  • Oxigenoterapia e estabilização respiratória;
  • Corticoterapia oral ou venosa;
  • Excepcionalmente se usa sulfato de magnésio.

Essas medidas são tomadas simultaneamente, dependendo da avaliação de gravidade da crise e escaladas de acordo com a resposta ou refratariedade às medidas anteriores. 

Casos muito graves, com queda de saturação apesar da oxigenioterapia, dispneia intensa, entrada de ar pobre e paciente ansioso ou confuso, com dificuldade de falar ou bradicardia, estão em risco imediato de parada cardíaca. Sendo assim, é preciso avaliar a necessidade de terapia intensiva ou de intubação, ventilação mecânica.

Como evitar crises graves

Além dos cuidados de evitar alergenos ambientais conhecidos, o paciente deve ser ensinado a identificar os primeiros sinais de uma crise (tosse, chiado ou sibilo característico, falta de ar).

Também deve iniciar imediatamente a medicação inalatória de resgate (geralmente com um β2 inalatório de ação curta em spray dosimetrado) em doses repetidas em curtos intervalos.

A maioria dos pacientes que apresentam crises graves já tinham critérios para usar uma  associação de corticoide inalatório com fenoterol como medicação de controle. Esta mesma medicação pode ser usada em doses adicionais na hora da crise, facilitando a adesão e reduzindo o risco de crises mais graves.

Orientar o paciente antes da alta da emergência

Toda crise de asma é uma evidência de que a doença está mal controlada. Antes da alta, é preciso orientar melhor o paciente. Além disso, deve se iniciar ou ajustar a medicação de controle.

O paciente deve entender que o tratamento da asma é a soma de medidas preventivas (parar de fumar, controle de alergenos ambientais, etc.), identificar e tratar as crises de exacerbação e usar a medicação inalatória preventiva de uso diário crônico (geralmente corticoide inalatório com ou sem um β2 inalatório de ação longa).

Quando feito de forma correta, o tratamento de controle com corticoterapia inalatória previne os sintomas, torna rara a necessidade de medicação de alívio, evita crises graves, reduz a mortalidade e o risco de progressão para doença pulmonar crônica.

Por isso, o tratamento da asma não deve mais se dirigir apenas para os sintomas, nem mesmo nos casos mais leves.

Este foi um resumo com os principais pontos sobre emergência na asma. Você encontra detalhes sobre o tema nas 4 rotinas do app Blackbook:

  • Emergência na asma;
  • Asma no adulto;
  • Asma na criança;
  • Cuidados com doenças respiratórias (enfoque Enfermagem).

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