O marketing médico é o conjunto de estratégias usadas para atrair e fidelizar pacientes para um profissional da área. Sobretudo para quem está em início de carreira, é essencial para colocar-se à disposição das pessoas que buscam o atendimento. Ou seja, mostrar sua aptidão para resolver problemas de saúde relacionados à sua especialidade.

Muito se fala em marketing para profissionais, mas com campanhas programadas para atrair clientes. No marketing médico, o objetivo vai além, aliando-se ao compromisso social. Visa auxiliar os pacientes a localizarem serviços de qualidade e que atendam às suas necessidades.

Essas estratégias colocam o nome do profissional no radar dos pacientes que procuram atendimento. Por exemplo, quando a pessoa pesquisar na internet uma clínica médica próxima, o seu consultório poderá aparecer como resultado. Diante disso, o marketing para médicos tem como proposta a prova de valor na experiência para esse público.

Por essas e outras razões, é essencial investir no marketing médico. A seguir, listamos as principais dicas para considerar nas suas estratégias!

1. Compreender o seu público

Quem são os pacientes que poderão procurar o seu serviço? Esse é o principal questionamento das suas estratégias de marketing médico. São essas pessoas que você terá em mente ao elaborar as ações e campanhas. Vá mais a fundo e entenda alguns padrões, como idade média, gênero, localização geográfica e assim por diante.

O intuito é encontrar o perfil ideal de paciente – que vamos chamar de persona. Essa compreensão se dá a partir de pesquisas e análises de comportamento do público. Por exemplo, para um profissional da Pediatria, a persona não seria especificamente a criança, mas sim a mãe, já que esta é quem procura o atendimento para seus filhos.

O relacionamento com o paciente é essencial para manter os esforços do marketing médico.

A partir disso, será possível alcançar as pessoas de forma eficiente. Ou seja, falando “na língua delas” e oferecendo informações valiosas para suas necessidades. Estratégias baseadas na persona ideal também contam com mais chances de sucesso, pois ajudam a criar relações de confiança que levam à fidelização do paciente.

Em um segundo momento, entenda o que essas pessoas gostariam de saber, quais são seus hábitos de pesquisa, sua presença no meio digital, entre outras questões. Aliás, tudo isso colabora para a criação de estratégias certeiras, que estimulam o engajamento do seu público.

2. Entender a concorrência

A ideia aqui não é copiar o que seus concorrentes fazem, mas entender as estratégias que mais funcionam no seu segmento de atuação. Com isso, é possível conquistar algumas inspirações e adaptá-las para a sua realidade. No marketing tradicional, esse é um processo chamado de benchmarking.

Paralelamente, funciona para compreender estratégias que não funcionam e que devem ser evitadas no seu percurso. Sendo assim, vale também conversar com profissionais já estabelecidos no mercado para se antecipar a desafios e direcionar melhor seus esforços para conquistar mais confiança nesse processo.

3. Ter uma identidade visual

A identidade visual faz parte do seu empenho em conquistar credibilidade e reconhecimento no mercado. É basicamente a reunião de esforços para não só transmitir seus valores como se apresentar no meio digital. Aqui, falamos do logo da sua clínica, presente em:

  • Receituários;
  • Fichas de anamnese;
  • Cartões de visita;
  • Placas de identificação;
  • Site institucional;
  • Redes sociais.

Também envolve a escolha de uma paleta de cores que transmita seus valores profissionais, iconografias e quaisquer elementos que ajudem a identificar os seus serviços. 

Essa identidade visual precisa ser coerente e marcar presença para, no futuro, tornar-se consolidada. O principal objetivo dessa estratégia é ressaltar aos pacientes a sua atuação de qualidade, seriedade e profissionalismo.

No site ou nas redes sociais, manter uma identidade visual confere mais credibilidade ao profissional.

4. Manter presença online

Com os novos hábitos de consumo das pessoas, estar presente online é inegociável. As facilidades da internet possibilitam pesquisas rápidas, capazes de direcionar os pacientes até você.

O marketing digital surgiu para complementar estratégias “offline”, como:

  • Participação em reportagens de jornal e revista;
  • Propaganda no rádio;
  • Ligações para prospecção de pacientes;
  • Divulgação do cartão de visita;
  • Indicações espontâneas de pacientes.

Pensando no digital, considere a diversificação dos canais de comunicação para ampliar suas chances de alcançar mais pacientes. Na sequência, separamos uma lista de possibilidades para trabalhar no seu marketing médico (inclusive, combinando-as para fortalecer as estratégias).

Site profissional

Ter um site profissional será sua porta de entrada para o mundo digital. É o local para reunir informações importantes que seus futuros pacientes podem procurar – a exemplo de suas formações, especialização e CRM. Também é possível incluir alguma funcionalidade de agendamento de consultas ou o contato mais indicado para isso.

A identidade visual deve estar presente aqui também, reforçando a credibilidade profissional. No domínio, é possível criar um blog para o compartilhamento de conteúdos educativos para seu público – por exemplo, dicas sobre cuidados com a saúde no inverno, prevenção contra a dengue etc.

O chamado marketing de conteúdo é a produção desses materiais que auxiliam os cuidados pessoais no dia a dia dos pacientes. Lembrando que não devem fazer autopromoção do médico nem prescrever medicamentos, tratamentos, entre outros.

Redes sociais

O público das redes sociais é diverso. Por isso, são grandes as chances de os seus pacientes estarem presentes por lá também. Para se ter uma ideia, no Brasil, há 159 milhões de pessoas acessando essas mídias todos os dias.

Instagram, Facebook e LinkedIn, por exemplo, são plataformas com grande potencial para compartilhamento de informações relevantes para sua área.

Também funcionam como apoio para compartilhar novidades, explicar a sua especialidade e assim por diante. Vale ressaltar que as redes sociais são bons canais de comunicação com o público e ainda reforçam seu domínio de atuação. Ou seja, aumentam a sua credibilidade no meio digital.

As publicações também contribuem para a humanização do profissional. Assim, se a pessoa está em busca de um especialista próximo à sua casa ou trabalho e se depara com seu perfil, terá mais insumos para a decisão.

Google Meu Negócio

O Google tem essa ferramenta bastante valiosa para profissionais, e não pode ficar de fora do seu radar. É como um perfil do seu consultório na rede, com informações de endereço, contato, horário de funcionamento e fotos do ambiente.

No Google Meu Negócio, também estarão as avaliações dos pacientes que já frequentaram a clínica. Tudo isso serve para divulgar a sua atuação e favorecer a sua credibilidade. Como o Google utiliza a geolocalização nas pesquisas, seu consultório pode aparecer como resultado para uma pessoa que mora nas proximidades.

Além de manter as informações atualizadas, é essencial responder os comentários dos seus pacientes, mesmo que sejam negativos. Também é aconselhável incentivar as pessoas a compartilharem um feedback sobre o atendimento, em busca de aprimorar seus serviços.

Essas ações são importantes ativos no processo de decisão dos pacientes. Quando veem comentários positivos e o retorno do profissional, sentem mais confiança em procurar o consultório.

E-mail marketing

As ações de e-mail marketing para médicos têm como objetivo manter o relacionamento com o seu paciente mesmo após a finalização da consulta ou do tratamento. Para elaborar essas estratégias, é preciso solicitar o consentimento da pessoa previamente e entregar valor nesse contato.

Esse valor pode ser em forma de mensagens em datas comemorativas (aniversário do paciente), newsletter com notícias sobre saúde, lembretes com a data de retorno, calendário vacinal, entre outras informações.

Manter presença online é um dos pilares do marketing médico.

5. Acompanhar resultados

Não só da criação de estratégias sobrevive o marketing médico. Para garantir a eficácia dos esforços, é preciso mensurar os resultados para se antecipar a mudanças de comportamento do público e corrigir campanhas em tempo real – antes que consumam investimento financeiro além do necessário.

Alguns indicadores importantes são:

  • Retorno Sobre o Investimento (ROI): para mídia paga, contratação de colaboradores e outras estratégias. O resultado é o retorno financeiro adquirido nos procedimentos menos o custo total divididos pelo custo total. Essa, então, será a porcentagem do ROI;
  • Custo de Aquisição do Cliente (CAC): aqui, chega-se ao valor que foi investido para conquistar um paciente. Esses gastos envolvem os anúncios pagos, produção de conteúdo, profissionais envolvidos (especialista em marketing ou agência terceirizada contratada) e assim por diante. O resultado se dá pela divisão das despesas pela quantidade de novos pacientes e representa um valor em reais;
  • Índice de Satisfação do Paciente: conhecido como Net Promoter Score (NPS), é o índice que garante o quão satisfeito ou insatisfeito o seu paciente está com o atendimento. Ele permite entender a excelência e qualidade dos seus serviços e vislumbrar as possibilidades de melhoria.

6. Respeitar os condutas éticas da profissão

A ética da medicina nunca deve sair do radar do profissional.

Na construção de estratégias de marketing médico, surgem diversas dúvidas sobre o que se pode ou não fazer, tendo em vista o código de ética da profissão. É por isso que o Conselho Federal de Medicina dispõe de uma resolução com os critérios para orientar os profissionais nesse sentido.

Em 2023, o CFM reviu algumas diretrizes e fez atualizações para adequar as regras à realidade de hoje, em que as redes sociais fazem ainda mais parte de nosso dia a dia. Mas muito diferente do propósito de promoção, o que essas normas querem é levar informação de qualidade aos pacientes, para que tomem decisões a respeito dos profissionais em quem confiar.

Confira alguns destaques!

Prescrição por redes sociais

O marketing médico não deve oferecer consultorias aos pacientes que substituam as consultas. Nem mesmo podem indicar tratamentos, diagnósticos, prescrições de medicamentos ou informações do tipo.

Autopromoção em entrevistas

O profissional pode conceder entrevistas para meios jornalísticos e artigos, desde que não façam autopromoção de serviços, consultório, preços etc. A peça deve conter seu nome completo e CRM. O teor das respostas deve ser educacional e nunca promocional.

Informações alarmantes

Na produção de conteúdos, nenhum deles pode ser alarmante nem causar pânico ou medo nas pessoas. As informações compartilhadas devem apresentar fontes amplamente reconhecidas e aceitas pelo Conselho Federal de Medicina.

Propaganda enganosa ou sensacionalista

O profissional não deve promover nem mesmo participar de anúncios que, de alguma forma, sejam enganosos. Também não é autorizada a promoção de “tratamentos exclusivos” nem a garantia de bons resultados, divulgação de preços ou o uso de expressões como “o melhor”.

Antes, as fotos em ambiente de trabalho também ficavam de fora. Agora, desde que não caracterize concorrência desleal, sensacionalismo ou autopromoção, está liberado mostrar equipamentos e tecnologias usadas no consultório.

Antes e depois de procedimentos

Antigamente, era expressamente proibido divulgar fotos de antes e depois. Com as novas diretrizes do CFM, torna-se possível fazer conteúdos educativos com esse viés. Mas há algo que não mudou: o médico ainda não pode fazer promessas de resultados.

O marketing médico, quando bem feito, respeita todas essas condutas e ainda alcança os objetivos propostos – como a ampliação de visibilidade e o serviço à população. Vale analisar com atenção cada uma dessas dicas para colocar em prática e elaborar estratégias eficientes.

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