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ATENÇÃO: O conteúdo a seguir foi desenvolvido para profissionais e estudantes da área da saúde. Não deve ser utilizado como fonte de consultas por pessoas leigas. |
Com o aumento do período de chuvas e, consequentemente, enchentes e inundações, cresce o número de contaminações por leptospirose. Acompanhe um resumo da rotina!
A leptospirose é uma doença infecciosa causada por bactérias espiroquetas do gênero Leptospira, que acomete humanos e animais. Considerada uma zoonose humana e veterinária importante, ela é transmitida pelo contato com água e lama contaminados com urina de animais infectados – geralmente roedores.
O risco é maior em áreas urbanas com condições precárias de saneamento e em regiões com risco aumentado de enchentes. Contudo, também há casos de infecção durante o trabalho ou recreação em águas poluídas.
Nas próximas linhas, você encontra o resumo da rotina sobre leptospirose, um dos novos conteúdos do app Blackbook. Confira!
Sinais e sintomas da leptospirose
Os casos variam de leves e oligossintomáticos até casos graves. Os sintomas mais frequentes ocorrem na chamada fase aguda da doença (primeiros 10 dias), sendo predominantemente:
- Febre;
- Calafrios;
- Dor de cabeça;
- Mialgia (principalmente na panturrilha e dorso).
No exame físico, a presença de hiperemia conjuntival é bastante comum e reforça o diagnóstico clínico da doença.
Na fase aguda, os casos são sempre leves e regridem em 3 a 7 dias. Contudo, em 15% dos pacientes, a doença pode evoluir na segunda semana para a chamada fase imune. Esta ocorre quando notam-se sinais de alarme de complicações como:
- Disfunção renal;
- Hepatopatia (icterícia);
- Lesão pulmonar;
- Distúrbios hemorrágicos (inclusive pulmonares);
- Manifestações neurológicas (inclusive meningite asséptica).
A doença se divide em forma anictérica, mais leve, e na forma ictérica, que é mais grave e está relacionada ao acometimento de múltiplos órgãos.
A leptospirose íctero-hemorrágica, forma mais grave da doença, também é conhecida como doença de Weil ou Weil-Vasiliev e corresponde a 5-10% do total de casos.
Diagnóstico
O diagnóstico da leptospirose é feito por exames sorológicos, como microaglutinação, ELISA ou imunofluorescência (mais disponíveis na prática). Ademais, por cultura ou testes moleculares (como reação em cadeia da polimerase – PCR) tanto no sangue ou na urina, sendo a comprovação laboratorial importante para fins epidemiológicos e de acompanhamento clínico.
Algumas alterações laboratoriais são características das formas graves de leptospirose, como icterícia com predomínio de bilirrubina direta, elevação moderada das aminotransferases e aumento da ureia e da creatinina com hipopotassemia (ao contrário do que ocorre na maior parte dos casos de lesão renal aguda).
Tratamento de leptospirose
Além do tratamento suportivo, que varia conforme a gravidade da doença, é importante iniciar a terapia antibiótica o mais precocemente possível para evitar as complicações, mesmo antes da confirmação laboratorial – sobretudo nos casos com icterícia ou outros sinais de alarme de gravidade.
Os casos leves podem ser tratados ambulatorialmente com doxiciclina ou amoxicilina, enquanto os casos graves são tratados com ceftriaxona, penicilina cristalina ou doxiciclina IV – sendo esta última preferencial quando o diagnóstico diferencial com febre maculosa ainda for uma possibilidade.
Considerações importantes
O diagnóstico diferencial envolve infecções virais agudas. Nas formas graves, vale considerar a possibilidade de dengue hemorrágica ou síndrome do choque da dengue, riquetsiose (febre maculosa), malária, sepse bacteriana e hantavirose e doenças não infecciosas, como vasculites autoimunes, púrpura trombocitopênica trombótica e síndrome hemolítica urêmica.
A prevenção inclui evitar o contato com água ou solo contaminado, usar luvas e botas apropriadas ao trabalhar em áreas e situações de risco e alertar a população sobre os riscos e sintomas de alerta após situações de enchentes e alagamentos ou em áreas de alagamento periódico rotineiro.
Este foi o resumo da rotina sobre leptospirose. No app Blackbook, você encontra detalhes a respeito de conceitos, sinais e sintomas, como confirmar o diagnóstico e formas de tratamento.
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