A síndrome de burnout em médicos se agravou com a pandemia e deve ser uma preocupação no setor da saúde. Veja as recomendações para evitar o esgotamento profissional!

Em uma das últimas atualizações da Classificação Internacional de Doenças (CID-11)¹ pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o burnout foi reconhecido como uma enfermidade ocupacional – ou do trabalho. Na área da saúde, também não é uma questão que passa despercebida.

Para se ter uma ideia, durante a pandemia, 79%² dos médicos tiveram sintomas de burnout. O índice de enfermeiros e técnicos de Enfermagem, por sua vez, foi de 74% e 64%, respectivamente. Na área da saúde, de fato, o período de trabalho excessivo para cuidados com pacientes foi ampliado por conta da COVID-19.

Porém, essa condição já vem de antes. Em 2019, a International Stress Management Association (ISMA-BR)³ apresentou estimativas de que 32% dos trabalhadores brasileiros sofriam da síndrome de esgotamento profissional, como a doença também é conhecida. O Brasil se encontra em segundo lugar no ranking de mais afetados.

Com tudo isso em mente, vale ressaltar que não é só o relacionamento com o paciente que precisa ser priorizado na sua carreira profissional. A própria saúde física e mental também entram nessa importante lista a se cuidar. Por isso, trouxemos alguns destaques sobre burnout em médicos. Confira!

Identificando os sintomas do burnout em médicos

A síndrome de burnout em médicos pode ser provocada por um grande estresse emocional que eles encontram no trabalho. Parte disso vem de rotinas extensivas de plantão e, sobretudo, o desgaste de conviver com sofrimento e dor de pacientes.

As condições precárias de estruturas e a exposição a riscos (físicos, químicos e biológicos) contribuem para o agravamento da síndrome de esgotamento profissional. Ademais, temos a sensação de impotência em alguns quadros e as tomadas de decisão difíceis, em especial nos casos terminais.

Pela responsabilidade da profissão, de manter uma postura forte e acolhedora diante das famílias, é comum que os médicos neguem esse esgotamento para si mesmos. Em muitos casos, prorrogam e/ou silenciam os sintomas, cujos três pilares são a exaustão, o ceticismo e a ineficácia.

Existem alguns os sintomas comuns de burnout em médicos. A seguir, conheça os principais:

• Dores musculares e de cabeça;
• Cansaço físico e mental em excesso;
• Distúrbios do sono;
• Alterações de humor e memória;
• Irritabilidade e isolamento;
• Problemas de se concentrar;
• Apatia e desesperança;
• Baixa autoestima e pessimismo;
• Falta de apetite;
• Sentimento de que outras pessoas o culpam por seus problemas;
• Sensação de estar no limite das possibilidades.

Dicas para evitar o burnout em médicos

Antes de atingir o limite físico e mental, é importante tomar algumas medidas para aliviar os sintomas do burnout em médicos. Confira as nossas sugestões nesse sentido, com base nas recomendações do Ministério da Saúde⁴.

Evite a sobrecarga de trabalho

De fato, a atuação de um médico, muitas vezes, exige longas horas de dedicação – desde os atendimentos às pesquisas e estudos. Mas respeitar os horários de expediente é um passo importante para estabelecer limites e não ultrapassá-los. A produtividade deve ser uma prioridade, porém, dentro desse período de trabalho.

Se sente que está próximo ao limite físico e mental, considere tirar férias. Esse é um direito previsto. Além disso, serve para repor as energias e aliviar a pressão do dia a dia de trabalho. O escape da rotina é outra prática recomendada para esses propósitos.

Vale ressaltar que a presença no meio online, embora seja um benefício para o Marketing médico, pode contribuir para o agravamento do síndrome de esgotamento profissional. Por isso, nesses períodos de descanso, evite pensar nessas questões também.

Saiba priorizar tarefas do dia a dia

Abraçar muitas responsabilidades é comum na prática da Medicina – sobretudo no ímpeto de ajudar o próximo, que é uma das motivações da profissão. Porém, isso leva à sobrecarga de trabalho e, quando se deixa de dizer não para novas atividades, os riscos de desenvolver o burnout se ampliam.

É por essa razão que você deve saber priorizar as tarefas. Vale compreender sua capacidade e as próprias limitações (mentais, de agenda e assim por diante).

Coloque em prática orientações que concede a pacientes

Nas orientações de promoção à saúde, você provavelmente indica a seus pacientes a prática de exercícios físicos, o sono regular, entre outros. Essas são condutas para adotar também na vida do médico. Nesse sentido, a inclusão do lazer no seu cotidiano também é muito bem-vinda.

Programe a agenda para os compromissos de trabalho e reserve espaço para o lazer: passar um tempo com família e amigos, conhecer lugares diferentes e outras atividades de seu interesse. Da mesma forma, substitua os minutos nas redes sociais por trocas ricas com outras pessoas, algo que não envolva o trabalho.

O mais importante: esse é o momento para desligar ao máximo a mente de problemas, do cansaço rotineiro e de tudo relacionado à carreira. A ideia aqui é buscar atividades para recarregar as energias, potencializar a motivação e ter forças para retomar os trabalhos quando o momento chegar.

Busque ajuda

Para seguir como um apoio ao público, é preciso cuidar primeiro da sua saúde. Então, caso note alguns sintomas do burnout, consulte um profissional da área. Não é vergonha alguma buscar ajuda – inclusive, é algo que você provavelmente recomenda a amigos, familiares e até aos próprios pacientes.

A opinião e as orientações de um profissional da psicologia ou psiquiatria serão de grande valor para enfrentar esse quadro. Nesse momento, ter amparo é muito importante para amenizar os sintomas, evitar o agravamento da síndrome e encontrar o tratamento mais indicado.

O burnout em médicos deve ser uma preocupação na rotina de clínicas, hospitais e outras unidades de saúde. Muito além de tratar os pacientes, o profissional também precisa direcionar os cuidados para si próprio. Por isso, tirar um tempo para o lazer, exercícios físicos e atividades, além de buscar ajuda, são bons caminhos para evitar o esgotamento.

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Fontes:

1. OMS

2. Reportagem

3. ISMA-BR

4. Ministério da Saúde