O que me motiva e o que me fez querer a medicina?
O que me motiva e o que me fez querer a medicina? Difícil citar um único motivo. O que eu sinto é muito maior que isso…transborda tanto que fica complicado de colocar em palavras. Eu sou daquelas que falam que quer ser médica desde pequena, desde que me entendo por gente. Meu avô e meu tio são médicos e é impossível não reconhecer que eles exerceram uma influência significativa na consolidação desse sonho. Quando eu era criança, meu avô chegava do plantão contando vários casos e adorava ouvi-los. Aliás, meu avô é um dos médicos mais humanos que eu já conheci! Estou pra ver outro que nem ele, acho que dele veio também o meu coração comunitário e a minha vontade de salvar o mundo. Com o passar dos anos, esse sonho foi ficando cada vez mais forte. Não me via fazendo outra coisa, nenhuma profissão me encantava como a medicina. Queria fazer medicina sem fronteiras, ajudar a África, contribuir para a formação de um mundo melhor e mais justo, sem dores, sem sofrimento. Isso tudo há 10 anos atrás… Mas hoje, mais madura (pra não dizer mais velha), eu vejo que é muito utópico pensar que como médica eu poderia salvar ou mudar o mundo que eu vivo. Vejo também que as pessoas em sofrimento estão muito mais perto de mim e eu não preciso ir até o continente africano pra ajudar e acolher. Muitos dos meus pacientes são meus amigos, meus parentes e principalmente os moradores da comunidade que eu trabalho. O que hoje me movimenta é a certeza de que talvez eu não possa mesmo mudar o mundo, mas eu posso dar conforto para aqueles que eu conseguir alcançar. Hoje eu vejo que a medicina é feita com o olhar, com a escuta. Muitas vezes o sintoma é a pontinha do iceberg de uma existência complexa que precisa de atenção e cuidado e isso eu faço com todo meu amor e respeito. Meu forte é dar colo, meu forte é amar. Esse amor eu tenho de sobra e talvez seja ele o principal motivo por ter escolhido a medicina: eu preciso transbordar o que eu sinto pelo Outro e a melhor forma de fazer isso é cuidar! 💜 Leia também:
ISRS: O que são estes medicamentos e qual seu mecanismo de ação?
O tratamento da depressão e diversos outros transtornos da saúde mental passou por grandes revoluções nas últimas décadas. Em termos de eficácia de tratamentos medicamentosos, os Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS) foram um dos destaques. Mas o que são, de fato, esses medicamentos e como eles atuam em nosso cérebro? O que são ISRS? ISRS, ou Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina, são uma classe de medicamentos antidepressivos frequentemente prescritos para o tratamento de uma variedade de condições de saúde mental. Eles costumam ser a primeira escolha farmacológica para tratamento medicamentoso da depressão. Isso acontece devido a sua eficácia e aos efeitos colaterais geralmente mais brandos em comparação aos outros antidepressivos. Indicações de uso dos ISRS Depressão: principal indicação, sobretudo em casos persistentes ou graves. Outras condições: esses medicamentos não são de uso exclusivos para a depressão. Os ISRS também são eficazes no tratamento do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), Transtorno de Pânico, fobias severas, bulimia e Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Além disso, em alguns casos, podem ser utilizados para tratar a Síndrome Pré-Menstrual (SPM), fibromialgia e Síndrome do Intestino Irritável (SII), além de serem utilizados com adjuvante no controle da dor crônica. Mecanismo de ação A redução da recaptação (reabsorção) da serotonina nas sinapses neurais aumenta a disponibilidade desse neurotransmissor em diversas áreas do cérebro. A serotonina é um neurotransmissor importante na transmissão de impulsos neurais entre as células nervosas em diversas áreas, sobretudo nas responsáveis pela regulação do humor, emoção e sono. Embora seja um tanto simplista afirmar que a depressão seja causada apenas pela diminuição da serotonina, está comprovado que o aumento dos níveis desses neurotransmissores pode aliviar os sintomas e tornar os pacientes mais responsivos a outras formas de tratamento. Doses e duração do tratamento O tratamento medicamentoso não é a única maneira de tratar a depressão. Formas mais leves podem ser abordadas por diferentes técnicas de psicoterapia. Lembre-se de que o paciente precisa ser ouvido em uma escuta cuidadosa e empática, e o plano de abordagem precisa ir além do que uma prescrição de antidepressivos. Nas formas moderadas e graves, a escolha do grupo de antidepressivos se baseia na expectativa de eficácia, tolerância e efeitos colaterais, facilidade posológica e disponibilidade na rede pública. Também vale considerar a possibilidade de bipolaridade e o tipo de depressão (melancólica, atípica, ansiosa, secundária, etc.). Usando esses critérios, é frequente que o medicamento mais adequado para iniciar o tratamento seja um ISRS. Normalmente, o tratamento começa com a menor dose possível, que aumenta conforme a necessidade. Algumas vezes, é prudente iniciar com uma subdose, a fim de minimizar os efeitos colaterais do início. É importante explicar ao paciente que os ISRS geralmente demoram de 2 a 4 semanas para mostrar benefícios significativos. Mas os efeitos colaterais podem aparecer antes. Apesar disso, é fundamental manter o tratamento como planejado, inclusive com os ajustes progressivos de doses quando indicados Efeitos colaterais A maioria das pessoas apresentará poucos efeitos colaterais ao tomar ISRS. Geralmente, são leves e transitórios e não exigem a troca da medicação. Aliás, uma das grandes vantagens do uso dos ISRS é a sua segurança em relação a outras classes de antidepressivos como os IMAO’s e os tricíclicos. Alguns dos efeitos colaterais mais comuns dos ISRS são agitação, diarreia, náuseas, tonturas, visão embaçada, perda de libido e, em homens, disfunção erétil. O efeito colateral mais preocupante é o aumento do risco de suicídio no inicio do tratamento, que precisa de monitoramento constante. A equipe multiprofissional envolvida tem como função vigiar junto ao paciente eventual aparecimento de efeitos colaterais para orientá-lo. Quando necessário, ajustar posologia (doses ou horários de tomada) ou trocar a medicação. Tipos de ISRS Atualmente, existem oito ISRS prescritos no Brasil, incluindo citalopram, dapoxetina, escitalopram, fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina, sertralina e vortioxetina. Cada um tem suas particularidades, e a escolha depende das necessidades individuais do paciente. Por fim, os ISRS têm sido uma ferramenta valiosa no tratamento de várias condições de saúde mental. A chave para uma abordagem eficaz da depressão e de outros transtornos psiquiátricos é o conhecimento da doença e suas manifestações, diagnóstico, evolução e alternativas de tratamento. Além disso, uma ampla compreensão dos mecanismos de ação, eficácia e possíveis reações indesejáveis de cada medicamento prescrito. Os médicos e estudantes de medicina devem se manter atualizados sobre estes medicamentos e ter à mão uma fonte confiável de consulta rápida sobre detalhes da abordagem e do tratamento de cada doença. Se você deseja obter mais informações acerca dos ISRS e de outros antidepressivos, confira no app do Blackbook! Além de rotinas completas sobre depressão, ansiedade, de personalidade, fobias e outras; o Blackbook é a fonte mais rápida e confiável para comparar todas as alternativas de tratamento medicamentoso. Você também encontra informações sobre marcas e apresentações, disponibilidade no SUS, genéricos de cada ISRS assim como as doses e formas de prescrição, efeitos colaterais, etc. Veja no Blackbook:
Aplicativo médico: saiba como o Blackbook pode te ajudar!
Hoje em dia, nunca foi tão crucial combinar tecnologia e medicina. Em uma realidade na qual a informação é primordial, o aplicativo médico Blackbook surge como um aliado indispensável para médicos. Então, o que faz do Blackbook um recurso tão singular e essencial? Vamos, juntos, mergulhar em seus diferenciais. Histórico de excelência Inicialmente, é importante destacar que a marca Blackbook não é apenas um nome: é sinônimo de confiabilidade. Ao longo de décadas de atuação no mercado brasileiro, os manuais da Blackbook foram fundamentais na formação e atuação de inúmeros profissionais. O Blackbook enquanto livro sempre colocou o profissional da saúde em primeiro lugar. Por isso, tem o peso reduzido, além de uma organização intuitiva para as condutas e decisões clínicas. Não é para menos que ganhou o coração de mais de meio milhão de pessoas desde a sua primeira edição. Esta rica herança de confiabilidade e precisão se traduz perfeitamente para o formato digital do aplicativo médico, permitindo que médicos e enfermeiros tenham acesso à mesma qualidade de informação que confiaram durante anos – mas agora em um formato mais acessível. Todo o conteúdo em um só aplicativo médico Embora os manuais Blackbook sejam leves, não dá para negar o fato de que carregar diversos livros pode ser exaustivo e impraticável – ainda mais se você quisesse complementar os seus conhecimentos com mais de uma edição. Felizmente, o aplicativo médico Blackbook soluciona esse problema, reunindo um vasto conjunto de informações, de várias especialidades, em um único local. Assim, profissionais podem consultar informações de Clínica Médica, Pediatria, Enfermagem e muitas outras especialidades com apenas alguns toques na tela. De fato, a comodidade de ter tudo isso em um único dispositivo é inestimável, especialmente em situações emergenciais onde cada segundo conta. Facilidade de uso Sem dúvidas, nesta rotina acelerada que muitos profissionais da saúde levam, a eficiência é primordial. Dessa forma, o design intuitivo do Blackbook garante que os usuários do aplicativo médico passem menos tempo buscando e mais tempo aplicando o conhecimento. Por exemplo, com uma interface amigável, a informação necessária é localizada rapidamente, facilitando a vida do profissional de saúde. Nesse sentido, a navegação é simples e direta, eliminando barreiras entre você e a informação que procura. Atualizações constantes Outro ponto a se destacar é que a medicina está em constante evolução. Assim sendo, novas descobertas, tratamentos e técnicas emergem regularmente. Por isso, com o Blackbook, você não fica para trás. Noss aplicativo médico se atualiza constantemente, garantindo que sua base de conhecimento permaneça na vanguarda da medicina. Esta capacidade de manter-se atualizado sem esforço extra é uma enorme vantagem no mundo médico atual. Personalização à mão Além disso, cada profissional de saúde tem sua própria especialidade e interesse. Com a seção Meu Blackbook, é possível adaptar o aplicativo médico às suas necessidades, marcando tópicos, medicamentos ou procedimentos de interesse para consultas futuras. Esta funcionalidade personalizada transforma o Blackbook em um recurso moldado especificamente para você e sua prática. Conexão intuitiva Em continuação, a capacidade de conectar pontos relacionados no vasto campo da medicina é essencial. O Blackbook faz exatamente isso, oferecendo links entre rotinas e medicamentos, permitindo uma expansão orgânica do seu conhecimento. Isso é especialmente útil quando se está diante de um quadro clínico multifacetado e se precisa de informações inter-relacionadas rapidamente. Acesso ao nosso aplicativo médico mesmo sem internet Já em ambientes médicos, especialmente em áreas remotas, nem sempre têm acesso estável à internet. O Blackbook premium, antecipando essa necessidade, permite acesso offline ao aplicativo médico. Com isso, nunca se fica na mão, independentemente das condições. De fato, esta funcionalidade garante que os profissionais sempre tenham um recurso confiável, mesmo em situações adversas. Múltiplas plataformas, mesma excelência No que diz respeito à diversidade digital, cada pessoa tem uma preferência de dispositivo. O Blackbook entende isso e, por isso, é adaptável. Assim, seja no smartphone durante rondas, no tablet em uma conferência ou no desktop em casa, a experiência do aplicativo médico Blackbook é consistente e de alta qualidade. Afinal, além do app para iOS e Android, você ainda tem acesso ao Blackbook Web. E nem precisa baixar algum software para seu computador ou tablet: o Blackbook Web funciona no navegador, a poucos cliques da tela. Um guia de medicamentos sem pacto com a indústria Ao abordarmos os medicamentos, reconhecemos que são uma parte crucial da medicina, e ter um guia confiável é indispensável. Com o Blackbook, não só se tem uma lista, mas uma análise aprofundada, desde a eficácia, efeitos colaterais, até comparações entre medicamentos. Ter esse nível de detalhe ajuda a garantir que os pacientes recebam o melhor tratamento possível. Além disso, o que está no nosso DNA desde o início é não fazer pactos com a indústria farmacológica, preservando um material técnico não enviesado para fins comerciais. Acesso democrático a um aplicativo médico de ponta Por fim, o Blackbook foi projetado pensando nas diferentes demandas dos profissionais de saúde. Não importa onde você esteja – em um plantão movimentado ou em um momento de estudo calmo. O aplicativo médico está pronto para atendê-lo, adaptando-se às suas necessidades. O Blackbook, com seu aplicativo médico, não é apenas uma extensão digital de seus famosos manuais. É uma evolução, moldada pelas necessidades dos profissionais de saúde de hoje. Ele combina o melhor do tradicional com as vantagens do digital, tornando-se um recurso insubstituível. Na medicina, a decisão correta pode salvar uma vida. E, com o Blackbook, cada decisão é embasada, informada e precisa. Para os profissionais de saúde que buscam se destacar, o aplicativo médico Blackbook é mais do que um recurso – é um parceiro. Para aqueles ainda não familiarizados, vale a pena explorar. Baixe, experimente e descubra por si mesmo como o Blackbook pode transformar sua prática médica. E lembre-se, os primeiros 7 dias são gratuitos!
Novas diretrizes do CFM para médicos: uma atualização importante
Você deve ter visto recentemente que o Conselho Federal de Medicina, após 3 anos de consulta pública, finalmente liberou a Resolução CFM nº 2.336/2023, que dispõe sobre publicidade e propagandas médicas. Se você é recém-formado ou ainda vai ingressar na medicina, vale a pena conferir os detalhes para entender o que pode e o que não pode ser feito a partir dela. A nova resolução revoga a Resolução CFM nº 1.974/2011 no prazo de 180 dias, ou seja, começa a valer a partir de março de 2024. Foram quase 3 anos após inúmeras discussões, consultas públicas e escuta em relação às demandas vindas dos próprios profissionais médicos que se sentiam limitados em relação à publicidade e propaganda nos meios digitais. Estas atualizações representam um marco significativo na profissão médica, afetando diretamente a prática clínica e a sua inserção no mundo digital, além de impactar a relação médico-paciente. A seguir, falo um pouco sobre as novas diretrizes do CFM e o que mudou para nós no dia a dia com as redes sociais, sobretudo. O que mudou com as novas diretrizes do CFM para médicos? Entre as principais mudanças, estão as seguintes! Autorização para antes e depois Você já deve ter visto médicos nas redes sociais postando imagens de antes e depois e talvez você nem soubesse que na verdade esse ato era vedado ao médico até então. As novas diretrizes do CFM finalmente autorizam a divulgação de resultados estéticos com uso de imagens previamente autorizado pelos pacientes. Fotos, selfies e vídeos próprios Por mais estranho que isso possa soar, até a instituição da nova resolução, o médico não podia fazer fotos no seu local de trabalho. Agora profissionais também podem fazer imagens e vídeos apresentando os equipamentos e tecnologias que utilizam, mas utilizando portfólio de produtos aprovado pela Anvisa e autorizados pelo CFM. Fica autorizado também a divulgação de vídeos de procedimentos desde que autorizado pelo paciente e respeitando os critérios éticos envolvidos. Fotos com pacientes e elogios recebidos Sim, antes não era permitido postar fotos com pacientes, mesmo com autorização prévia, nem mesmo divulgar elogios recebidos nas redes sociais. A nova resolução do CFM em 2023 permite a divulgação de elogios recebidos de pacientes, ou mesmo celebridades que ele tenha tratado. A partir de agora também fica permitido divulgar os valores das consultas e possíveis formas de pagamento. Divulgação de produtos e medicamentos A resolução mantém a proibição em relação a divulgação de medicamentos ou associação de vínculo do profissional com a indústria farmacêutica. Essas novas diretrizes do CFM passam a existir para promover uma prática médica ética, moderna e responsável. É essencial que os vestibulandos de medicina e médicos recém-formados estejam cientes dessas mudanças e as incorporem em suas práticas profissionais desde cedo. Elas representam uma oportunidade para melhorar a qualidade dos cuidados de saúde no Brasil e fortalecer a confiança entre médicos e pacientes. Claro que nesse texto não vamos abordar todas as mudanças da nova resolução, enquanto médica e influenciadora digital, optei por destacar os principais pontos relacionados justamente com a era das redes sociais na qual vivemos submersos. Mas, afinal, o que tem de novo em tudo isso? Neste momento você deve estar se perguntando: “Tá, mas eu já vi tudo isso nas redes sociais antes mesmo da divulgação das novas resoluções”. Sim, eu também. Cansei de ver fotos de antes e depois, vídeos de cirurgias e fotos de pacientes nas redes. O grande ponto é que antes não era autorizado, não havia respaldo para esse tipo de prática e o profissional era passível de punição. E em uma era em que a comunicação e os encontros sociais acontecem quase 100% no mundo virtual, reavaliar a comunicação médica nos meios digitais era urgente e necessária. Os tempos mudaram e com isso novas práticas médicas precisam ser reconfiguradas. A resolução reconhece a crescente influência das redes sociais na disseminação de informações médicas. Também avalia o potencial que elas têm de democratizar o acesso a conhecimentos médicos e promover a conscientização sobre questões de saúde pública. A capacidade de médicos de compartilhar informações responsáveis e embasadas cientificamente nas redes sociais é uma oportunidade para promover a educação em saúde e combater a desinformação, se bem utilizada. O que não muda e não deverá mudar nunca é o respeito, a ética e o bem-estar do paciente. Este último deverá vir acima de qualquer outra autopromoção nas redes sociais. Mas aí já é papo pra outro texto. Me conta o que você achou das mudanças que eu vou adorar saber. E aproveita para conferir o meu último conteúdo publicado sobre o que não me contaram a respeito do internato! Um beijo e até a próxima.
Campanha Outubro Rosa 2023: o que você precisa saber
A Campanha Outubro Rosa, um evento anual de consciência global, volta mais um ano para ressaltar a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama. Neste ano de 2023, a campanha é um convite para revisar as diretrizes para ajudar a conscientizar ainda mais pessoas sobre esta causa tão crucial. Aqui, iremos explorar as principais informações que você precisa saber neste Outubro Rosa… Estatísticas desta Campanha Outubro Rosa de 2023 De acordo com o Instituto Nacional do Câncer – INCA, para 2023, o Brasil enfrentará um estimado de 73.610 novos casos de câncer de mama, o que representa um risco de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres. De fato, no cenário mundial, o Brasil se destaca na necessidade de políticas efetivas de prevenção. No entanto, o número elevado de novos casos evidencia a urgência de se investir em campanhas de conscientização e rastreamento. Contexto Clínico da Campanha Outubro Rosa Nódulos mamários são queixas frequentes em mulheres, sobretudo após a quarta década de vida. Ainda que, na maioria das vezes, tais nódulos sejam benignos, o câncer de mama mantém-se como a neoplasia mais diagnosticada em mulheres. Assim sendo, essa constatação sublinha a necessidade imperativa de avaliação clínica. Fatores de Risco para lembrar na Campanha Outubro Rosa Mulheres com histórias patológicas pregressas e aquelas com histórias familiares de câncer de mama em parentes de primeiro grau diagnosticados antes dos 50 anos, câncer de mama bilateral, câncer de ovário ou câncer de mama masculino possuem riscos elevados. Além disso, diagnósticos histopatológicos específicos, como lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ, também indicam maior vulnerabilidade. Apresentações Clínicas A queixa mais comum é a de um nódulo palpável na mama. No entanto, em alguns casos, pode ser apenas um achado em exames de rotina. Por exemplo, elementos como velocidade de crescimento, densidade, mobilidade, dor, alterações na pele, descargas papilares, entre outros, devem ser meticulosamente avaliados. Exame Físico Em primeiro lugar, é crucial avaliar densidade, assimetria das mamas, tamanho e características do nódulo é crucial. Também é vital palpar cadeias linfonodais axilares e supraclaviculares. No entanto, o exame físico sozinho não pode determinar a benignidade ou malignidade da massa. Sinais de Alarme Certos sinais são particularmente preocupantes e merecem atenção especial: Diante desses sinais, exames como ultrassonografia e mamografia são impreteríveis, seguidos de encaminhamento ao especialista. Campanha Outubro Rosa 2023 e a Classificação Bi-RADS Esta classificação é baseada em achados mamográficos, auxiliando nas decisões clínicas, mas não considera achados clínicos. Portanto, um paciente com avaliação de imagem negativa, mas com nódulo clinicamente suspeito, pode ainda necessitar de biópsia. A classificação vai de Bi-RADS 0, que exige avaliação complementar, a Bi-RADS 6, indicando malignidade comprovada por biópsia. Cada categoria entre elas oferece diretrizes específicas para a conduta clínica, com base na probabilidade de malignidade. No âmbito da medicina e saúde, o Outubro Rosa é mais do que um mês de conscientização; é um período intensivo de educação, diagnóstico e intervenção. Com as estatísticas crescentes, os profissionais da saúde devem estar equipados com todo o conhecimento técnico e prático para atuar proativamente. Neste Outubro Rosa de 2023, estejamos todos engajados na luta contra o câncer de mama, armados com a informação, a ciência e a empatia.