7 procedimentos médicos indispensáveis para o plantão
Plantões são sinônimos de imprevisibilidade e necessidade de realizar procedimentos médicos. Um minuto você está preenchendo formulários, e no outro, pode estar enfrentando uma emergência crítica. Por isso, todo médico precisa estar preparado para realizar uma variedade de procedimentos médicos com eficiência e precisão. Este artigo é um guia direcionado a médicos e estudantes de medicina, descrevendo sete procedimentos médicos indispensáveis para o plantão. Tenha uma excelente leitura! 7 Procedimentos Médicos Indispensáveis Para o Plantão 1) Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) Em primeiro lugar, nada mais justo que falar do procedimento mais crítico e essencial na maior de todas as emergências: a Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP). Em casos de parada cardíaca, cada segundo conta. O conhecimento imediato da RCP é vital, não apenas para profissionais de saúde, mas para qualquer pessoa leiga que tiver passado por esse treinamento. Dominar a técnica correta preconizada pelo ACLS (“Advanced Cardiovascular Life Support”) de compressão torácica e ventilação pode ser a diferença entre a vida e a morte para o paciente. Além disso, o uso eficaz do desfibrilador externo automático (DEA) pode ser decisivo. Finalmente, a equipe deve trabalhar de forma coordenada. Um líder claro deve ser designado para garantir a eficácia das manobras de ressuscitação. 2) Intubação Orotraqueal – Procedimentos Médicos que todo médico deve saber Durante situações críticas, como insuficiência respiratória, a Intubação Orotraqueal é um procedimento que pode salvar vidas. O profissional deve estar familiarizado com as indicações, o equipamento e as técnicas para garantir uma intubação bem-sucedida. Identificar as marcas anatômicas e o uso adequado do laringoscópio são essenciais. Além disso, a prática regular e o treinamento em manequins ou simulações podem aumentar a taxa de sucesso. Certificar-se de que o tubo foi corretamente posicionado e confirmar sua localização com um estetoscópio ou capnografia é crucial para evitar complicações. 3) Punção Venosa Central A punção venosa central para instalação de um cateter venoso central é frequentemente necessária para administrar medicamentos, fluidos ou para monitoramento hemodinâmico dos pacientes graves. É um procedimento delicado que requer habilidade técnica e conhecimento anatômico. O uso de ecografia para guiar a punção pode aumentar significativamente a segurança e a eficácia do procedimento. Também é crucial manter uma técnica asséptica rigorosa para evitar infecções. Finalmente, o posicionamento correto do cateter deve ser confirmado radiologicamente antes da administração de qualquer substância, para evitar ou detectar complicações como pneumotórax, tromboembolismos ou embolia gasosa. 4) Sutura de Feridas Feridas traumáticas são comuns em salas de emergência. A habilidade de suturar é indispensável para qualquer médico de plantão. Não é apenas a técnica que importa, mas também a avaliação adequada da ferida. Isso inclui a decisão entre pontos internos e externos e a escolha do material de sutura. Além disso, a anestesia local adequada e a limpeza e assepsia da área são essenciais para um tratamento bem-sucedido e para minimizar o risco de infecção. 5) Descompressão de Tórax por Agulha (Toracocentese de Alívio) Em casos de pneumotórax hipertensivo, a descompressão do tórax com agulha (toracocentese de alívio) é um procedimento médico que salva vidas. O reconhecimento rápido dos sintomas e sinais clínicos é crucial para o sucesso deste procedimento. A introdução correta da agulha no ponto adequado lado afetado é fundamental para evitar complicações como lesão do pulmão, coração, vasos intercostais e de vasos da base do coração. O uso de técnica asséptica é importante para o sucesso do procedimento e a segurança do paciente. 6) Reversão de Overdose por Substâncias A overdose de substâncias é um problema crescente que não discrimina idade, gênero ou status social. Além dos opioides, o álcool e outras drogas recreativas representam riscos significativos de overdose. O tratamento imediato e eficaz é crucial para minimizar as consequências potencialmente fatais. Para overdoses de álcool e outras drogas depressoras do sistema nervoso ou cardiovascular, a abordagem primária é o suporte de vida. Isso inclui oxigenação e ventilação adequadas, juntamente com a administração de infusões intravenosas para suporte circulatório. A história e os sintomas são a chave para identificar a droga ou substância envolvida para definir o tratamento específico com medidas que variam de acordo com a causa, como: Outras drogas Quando se trata de outras drogas recreativas como cocaína, anfetaminas ou drogas sintéticas, a abordagem pode variar. Em todos os casos, o diagnóstico rápido e a identificação da substância envolvida são cruciais. O uso de benzodiazepínicos pode ser eficaz para controlar convulsões e ansiedade severa. Além disso, em casos de overdose de estimulantes, indica-se a terapia de resfriamento a fim de controlar a hipertermia maligna. Por exemplo, pode-se realizar tal investigação por meio de exames toxicológicos rápidos. Uma vez identificada a substância, direciona-se o tratamento: na overdose de benzodiazepínicos, o flumazenil pode ser usado como um antídoto específico, embora seu uso seja controverso e deva ser cuidadosamente considerado. Na suspeita de overdose de opioides a naloxona é o antídoto indicado. Uma vez estabilizado e revertida a intoxicação, antes da alta é necessário uma avaliação psiquiátrica ou encaminhamento adequado para tratamento do alcoolismo, do abuso de substâncias ou do problema psiquiátrico se há suspeita de tentativa de suicídio O manejo eficaz de overdoses envolve tanto habilidades clínicas quanto um entendimento profundo das substâncias envolvidas. O treinamento contínuo e o acesso a uma plataforma de consulta para decisões médicas como o app do Blackbook ajuda muito na hora do plantão. 7) Alívio de Obstrução das Vias Aéreas Manobras simples como a manobra de Heimlich podem ser eficazes em casos de obstrução das vias aéreas. No entanto, em casos mais graves, cricotomia ou traqueostomia de emergência podem ser necessárias. A habilidade e a rapidez na execução dessas manobras, bem como o conhecimento das indicações e contraindicações, podem ser decisivos. Além disso, uma vez que o alívio da obstrução foi alcançado, é crucial garantir que o paciente receba o tratamento médico adequado para evitar complicações futuras. Por fim, ter uma ampla gama de habilidades em procedimentos médicos é crucial para qualquer médico que trabalhe em um ambiente de plantão. Este artigo fornece um guia prático e abrangente para os procedimentos mais críticos que
Setembro Amarelo 2023: rotinas de saúde mental para este mês
O Setembro Amarelo de 2023 é mais do que uma campanha de conscientização. É um apelo urgente para abordar uma das questões de saúde mais negligenciadas do nosso tempo: a saúde mental. Este artigo pretende servir como um pequeno guia para médicos e estudantes de medicina, fornecendo informações e estratégias práticas para enfrentar desafios relacionados à saúde mental. Vamos pincelar alguns dados relevantes sobre o suicídio, te lembrar sobre os principais mitos relacionados a essa temática sensível. Tenha uma excelente leitura e esperamos que você goste do conteúdo! A Extensão do Problema: Dados da OMS O Brasil figura na lista dos 10 países com maior número de suicídios. Cerca de 11 mil pessoas tiram a própria vida no Brasil todos os anos, uma a cada hora. Esses números colocam a saúde mental como uma prioridade inegável para a medicina moderna. Outro dado alarmante é que 17% da população brasileira já pensou em cometer suicídio em algum momento da vida. Essa estatística aponta para a necessidade de intervenção precoce e apoio psicológico contínuo para prevenir esses casos. E o mais impressionante de tudo: 96,8% dos casos de suicídio estão associados a transtornos mentais não tratados e, muitas vezes, ainda sem diagnóstico – ou mesmo uma consulta prévia a um profissional de saúde mental. Essa informação destaca a importância crucial de identificar e tratar doenças mentais como uma etapa vital para prevenir o suicídio. Dentre os principais transtornos relacionados à etiologia do autoextermínio estão o transtorno de humor (depressão maior ou bipolaridade), o abuso de substâncias, a esquizofrenia, o transtorno grave de personalidade e outros. Nesse sentido, para saber as principais condutas médicas a serem tomadas nos casos de depressão e muitos outros transtornos mentais, acesse o App Blackbook. Como Cuidar da Saúde Mental no Setembro Amarelo de 2023 na Correria do Dia a Dia O primeiro passo para melhorar a saúde mental neste Setembro Amarelo é reconhecer que mesmo as pessoas mais ocupadas têm espaço para pequenas mudanças. Pequenas mudanças, como fazer atividade física regularmente ou períodos curtos de meditação ou exercício de respiração, podem fazer uma grande diferença ao longo do tempo. A socialização com amigos e relacionamentos familiares também são muito importantes. O segundo passo é a organização. Utilize a agenda do seu telefone ou uma agenda impressa para organizar suas tarefas, estabelecer prioridades e reservar esses momentos de “autocuidado” com a saúde mental como se fossem compromissos médicos. Isso cria um compromisso que você é menos propenso a ignorar. Por último, mantenha um diário de gratidão. Isso pode parecer trivial, mas o ato de refletir e escrever sobre as coisas pelas quais você é grato pode melhorar significativamente seu bem-estar mental. Combatendo a Depressão e a Ansiedade com Mindfulness Neste Setembro Amarelo A técnica de mindfulness envolve estar plenamente presente e envolvido no aqui e agora. Pode ser facilmente aprendida e treinada e é muito eficaz para combater sintomas de depressão. Assim sendo, práticas matinais de 10 minutos de meditação focada podem definir o tom para um dia mais consciente. Durante a jornada de trabalho, pausas conscientes podem servir como uma espécie de “reset” mental. A técnica envolve se afastar do ambiente estressante e focar em sua respiração, mesmo que por apenas alguns minutos. Além disso, a prática regular de mindfulness tem demonstrado efeitos a longo prazo, incluindo a redução da propensão a episódios depressivos, de ansiedade, de agitação e estresse. Esse é um benefício que qualquer profissional médico, frequentemente exposto a situações de alto estresse, também precisa aproveitar pessoalmente além de recomendar aos seus pacientes. O Exercício Físico como Pilar de Sustentação O exercício físico é uma estratégia comprovada para melhorar a saúde mental. Ele libera endorfinas, que atuam como antidepressivos naturais. Além disso, a atividade física pode servir como uma válvula de escape para o estresse e a tensão acumulados durante o dia. Se a falta de tempo é uma preocupação, exercícios de alta intensidade e curta duração (HIIT) podem ser uma solução eficaz. Essas atividades queimam calorias e melhoram o humor em um curto período. Nesse sentido, não subestime o poder dos exercícios aeróbicos mais leves, como caminhar ou andar de bicicleta. Essas atividades podem ser incorporadas em sua rotina diária e ainda oferecem os benefícios de melhorar o humor e reduzir o estresse. Nutrição: Mais do que Comer, Nutrir a Mente Sua dieta desempenha um papel significativo em como você se sente. Alimentos ricos em antioxidantes, bons ácidos graxos e vitaminas do complexo B podem melhorar significativamente a saúde mental. O desafio é incorporar esses nutrientes em sua dieta diária. Planeje suas refeições e lanches para incluir frutas, legumes, verduras, nozes e grãos integrais. Evite o impulso de se voltar para alimentos processados (industrializados) quando estiver estressado. Além disso, não negligencie a hidratação, procurando tomar um copo de água várias vezes ao dia, antes mesmo de ficar com sede. A desidratação pode levar a sintomas como irritabilidade e fadiga, que podem prejudicar um estado mental já frágil. Quais são os Principais Mitos sobre o Suicídio que todo Médico Deve Saber Um dos mitos mais perigosos é que falar sobre suicídio pode implantar a ideia na cabeça de alguém. Estudos mostram que discutir abertamente sobre o tema permite uma intervenção mais eficaz. Outro mito comum é que quem fala sobre suicídio não o comete. Na verdade, muitas pessoas que cometem suicídio expressaram alguma forma de aviso verbal ou comportamental. Ignorar esses sinais pode ser fatal. Um terceiro mito é que o suicídio é sempre impulsivo. Embora isso possa ser verdade em alguns casos, muitos são cuidadosamente planejados. Reconhecer os sinais dessa ideação ou planejamento suicida para fornecer suporte e intervenção precoce é crucial. Sinais de alerta A maioria das pessoas que cometeram suicídio manifestaram de alguma forma em comportamentos e verbalizações sinais como: Setembro Amarelo 2023: é Hora de Agir Portanto, o Setembro Amarelo 2023 começou. De fato, esta é uma oportunidade para profissionais de saúde se educarem e tomarem medidas proativas para enfrentar a crise de saúde mental no Brasil. Por fim, você conferiu
Rinite alérgica: aprofunde-se nesta doença que exacerba no inverno
A rinite alérgica é uma condição que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, e sua manifestação pode ser especialmente intensificada durante o inverno. Com uma prevalência de 10 a 30% na população, esta condição representa um importante desafio para os sistemas de saúde e para a qualidade de vida dos pacientes. Compreender essa condição é fundamental para médicos e estudantes de medicina, a fim de fornecer o melhor tratamento possível aos seus pacientes. O que é a rinite alérgica? A rinite alérgica é uma inflamação da mucosa da cavidade nasal causada pela exposição a alérgenos e é mediada pela imunoglobulina E (IgE). Ela é frequentemente caracterizada por espirros, congestão nasal, coceira e secreção nasal. Qual a diferença da rinite alérgica da rinite nervosa? A rinite nervosa é uma condição distinta, frequentemente ligada a emoções e estresses, enquanto a rinite alérgica é desencadeada por alérgenos específicos. Caracterizada por espirros frequentes, prurido nasal e rinorreia clara, a rinite nervosa não conta com a presença de alérgenos detectáveis. Esses sintomas são frequentemente desencadeados por estresse, emoções fortes ou mudanças drásticas na temperatura ambiental. Causa da Rinite Alérgica Para entender a rinite alérgica, é fundamental compreender sua fisiopatologia. Tudo começa com uma exposição inicial ao alérgeno, que é processado pelas células apresentadoras de antígeno. Estas células, em seguida, interagem com o linfócito Th2, incentivando-o a liberar citocinas como IL-4, IL-6 e IL-13. Essas citocinas têm um papel crucial: elas guiam a diferenciação do linfócito B em plasmócito, o qual começa a produzir IgE. Esta IgE se ligará aos mastócitos, sensibilizando-os. Quando um reencontro com o alérgeno acontece, os mastócitos sensibilizados liberam substâncias como histamina, protease e triptase. O resultado? Uma reação alérgica. Esta resposta pode ser dividida em duas fases: uma imediata (15-30 minutos após exposição, com liberação de histamina) e uma tardia (6-12 horas após, marcada pela chegada de outras células inflamatórias, como eosinófilos). Os desencadeadores da rinite alérgica são variados e influenciados pelo ambiente em que o indivíduo vive. Desde agentes ocupacionais até mudanças climáticas, é essencial que os pacientes reconheçam e minimizem sua exposição a esses fatores. O contato com certos poluentes, fumaça de cigarro, substâncias químicas e aeroalérgenos como ácaros e fungos são exemplos claros de riscos potenciais. Sintomas da rinite alérgica Sintomas Nasais da Rinite Alérgica Congestão, espirros, prurido e rinorreia são frequentes. Muitos pacientes também desenvolvem polipose nasal, resultando em obstrução e perda do olfato. Estes sintomas afetam diariamente o bem-estar do paciente, muitas vezes sendo confundidos com resfriados comuns, daí a necessidade de um diagnóstico preciso. Sintomas Oculares da Rinite Alérgica Conjuntivite alérgica, caracterizada por prurido, vermelhidão e lacrimejamento, frequentemente acompanha a rinite. Esta associação destaca a interconexão das vias aéreas superiores e dos olhos no contexto alérgico. Impactos Psicológicos da Rinite Alérgica O comprometimento do sono pode levar à irritabilidade, fadiga e diminuição da concentração. Além disso, o desconforto contínuo pode impactar o humor e a capacidade de socialização, intensificando sentimentos de isolamento ou depressão. Diagnóstico da rinite Para diagnosticar a rinite alérgica, um médico levará em consideração a anamnese e o exame físico. No entanto, existem exames complementares que auxiliam no diagnóstico e na identificação dos alérgenos responsáveis. História Clínica Os sintomas e sua relação com a exposição a potenciais alérgenos são fundamentais. É vital explorar a relação com mudanças de ambiente, estações do ano e presença de animais. Esta coleta detalhada de informações fornece uma base sólida para um diagnóstico acurado. Exames Complementares O teste cutâneo por puntura e o teste sanguíneo RAST auxiliam na identificação dos alérgenos causadores. Outros exames, como endoscopia nasal, podem ser necessários em casos de complicações. Aliás, estes testes, quando realizados em conjunto, fornecem um panorama abrangente do perfil alérgico do paciente. Após realizar o diagnóstico, faz-se a estratificação da rinite alérgica, a qual varia de acordo com a frequência e gravidade: Estratificação da rinite Por Frequência Em primeiro lugar, a classificação por frequência permite uma melhor compreensão da extensão da doença, possibilitando ajustes terapêuticos adequados ao perfil clínico do paciente. Por Gravidade A gravidade influencia diretamente a abordagem terapêutica e o acompanhamento, com casos graves necessitando de atenção especializada e acompanhamento regular. Qual é o CID da rinite? O CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) da rinite alérgica é J30, que abrange várias formas da doença, incluindo a rinite alérgica sazonal e perene. Além disso, há as subdivisões do CID de rinite alérgica, as quais incluem: J300 – Rinite vasomotoraJ301 – Rinite alérgica devida a pólenJ302 – Outras rinites alérgicas sazonaisJ303 – Outras rinites alérgicasJ304 – Rinite alérgica não especificada Tratamento da rinite alérgica O tratamento da rinite alérgica visa principalmente controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Este tratamento inclui: Atenção Primária à Saúde e Profilaxia Por fim, a rinite alérgica é frequentemente subdiagnosticada e subtratada. De fato, os médicos de atenção primária devem estar atentos para o diagnóstico correto e a orientação inicial, encaminhando casos mais complexos para especialistas. Assim sendo, uma detecção precoce pode evitar complicações e melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Nesse sentido, evitar o primeiro contato com alérgenos, especialmente em crianças com predisposição alérgica, é essencial. Vacinas e outras estratégias estão sendo estudadas para prevenir o desenvolvimento de rinite em indivíduos em risco. Enquanto ainda estamos no início dessas pesquisas, o potencial para prevenção eficaz é promissor. Conclusão Portanto, a rinite alérgica é uma condição comum, mas que pode comprometer significativamente a qualidade de vida de quem sofre dela. Dessa forma, uma abordagem multidisciplinar, envolvendo medidas preventivas, diagnóstico preciso e tratamento adequado, é fundamental para controlar os sintomas e garantir que os pacientes possam levar uma vida normal e saudável. Médicos e estudantes de medicina devem estar cientes dos últimos avanços e tratamentos disponíveis para rinite alérgica, a fim de fornecer o melhor atendimento possível. E, com a chegada do inverno, é essencial estar ainda mais atento a esta condição, pois muitos pacientes podem apresentar exacerbação dos sintomas durante esse período. Então, saiba mais sobre a rinite alérgica no App Blackbook. Referências Bibliográficas World
Hepatite C: Epidemiologia, Transmissão, Sintomas e Tratamento
ATENÇÃO: O conteúdo a seguir foi desenvolvido para profissionais e estudantes da área da saúde. Não deve ser utilizado como fonte de consultas por pessoas leigas. A hepatite C é uma infecção viral que afeta o fígado, causando inflamação e, eventualmente, levando a sérias complicações de saúde como cirrose e carcinoma hepatocelular. Apesar dos grandes avanços no diagnóstico e tratamento da hepatite C, a doença ainda afeta milhões de pessoas globalmente. Neste artigo, vamos explorar profundamente o que é hepatite C, a epidemiologia da doença, como ela é transmitida, os sintomas da hepatite C e o tratamento disponível. Então, tenha uma excelente leitura! O que é Hepatite C? Em primeiro lugar, vamos reforçar que a hepatite C é uma infecção do fígado causada pelo vírus da hepatite C (HCV). A infecção pode ser aguda ou crônica, variando em gravidade desde uma doença leve que dura algumas semanas até uma doença grave e permanente. Vale destacar que, no Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. No entanto, também se pode encontrar a hepatite do tipo delta (D) em regiões específicas, como a Norte. Epidemiologia da Hepatite C Globalmente, estima-se que cerca de 71 milhões de pessoas estejam infectadas pelo vírus da hepatite C. Assim, a cada ano, por volta de 400 mil pessoas morrem de complicações relacionadas à hepatite C, como cirrose e carcinoma hepatocelular. Por exemplo, no Brasil, estima-se que a prevalência de pessoas sororreagentes seja de aproximadamente 0,7%, representando cerca de 700 mil casos virêmicos que necessitam de tratamento. Nesse sentido, o genótipo 1 do HCV é o mais prevalente no país, seguido pelo genótipo 3, enquanto o genótipo 2 é mais comum na região Centro-oeste. Entre os pacientes em diálise crônica, a prevalência é ainda maior, chegando a 3,7%. Veja também: Hepatite B: o que é, transmissão, sintomas e tratamento Grupos Prioritariamente Testados para Hepatite C Dada a gravidade da hepatite C e a importância do diagnóstico precoce para um resultado de tratamento bem-sucedido, o Ministério da Saúde do Brasil recomenda o teste regular para vários grupos de risco. Esses grupos incluem pessoas vivendo com HIV, sexualmente ativas prestes a iniciar a profilaxia pré-exposição (PrEP) para HIV, com múltiplos parceiros sexuais ou com infecções sexualmente transmissíveis múltiplas, trans, trabalhadores do sexo e pacientes em hemodiálise. Além disso, outros grupos devem ser testados pelo menos uma vez na vida, incluindo pessoas com 40 anos ou mais, pessoas que consomem álcool e outras drogas, pessoas privadas de liberdade, pessoas que receberam transfusão de sangue ou hemoderivados antes de 1993, profissionais da saúde e pessoas com antecedente de exposição percutânea/parenteral a sangue. História Natural da doença A infecção pelo vírus da hepatite C divide-se em duas fases: aguda e crônica. A fase aguda ocorre logo após a infecção e, muitas vezes, apresenta poucos ou nenhum sintoma. Cerca de 20 a 30% dos indivíduos na fase aguda apresentam sintomas que variam de fadiga, náusea e dor abdominal a icterícia. Em 15 a 40% dos casos, a infecção é eliminada espontaneamente. Se a infecção persistir por mais de seis meses, ela entra na fase crônica, que ocorre em 60 a 85% dos casos. Na ausência de tratamento, a infecção crônica pelo HCV pode levar à cirrose hepática, aumentando o risco de hepatocarcinoma e descompensação hepática. Transmissão da Hepatite C Esse tipo de hepatite é transmitida principalmente através do contato direto com o sangue de uma pessoa infectada, seja por meio de práticas inadequadas de injeção, transfusões de sangue não testadas ou uso compartilhado de equipamentos para uso de drogas. Além disso, a transmissão sexual também é possível, embora menos comum, especialmente em indivíduos com múltiplos parceiros e práticas sexuais de risco. A transmissão vertical, de mãe para filho durante o parto, também ocorre, mas representa uma menor proporção de casos. Sintomas da Hepatite C Os sintomas de tal doença são muitas vezes inespecíficos e variam em gravidade. Na fase aguda, os sintomas podem incluir fadiga, náusea, dor abdominal, perda de apetite e icterícia. Por outro lado, na fase crônica, os sintomas podem incluir fadiga persistente, dor no fígado, perda de apetite e icterícia. Tratamento Específico Recomenda-se o tratamento da hepatite C para todos os pacientes com diagnóstico de infecção crônica, independentemente do grau de fibrose hepática. Uma variedade de terapias estão disponíveis, incluindo a combinação de Velpatasvir e Sofosbuvir, Glecaprevir e Pibrentasvir, e Alfapeguinterferona 2a em crianças, cada uma com suas próprias contraindicações. Por exemplo, não se recomenda mais a Ribavirina para pacientes sem cirrose e em terapia inicial para hepatite C. Define-se o tratamento específico pelo genótipo do paciente, a presença ou ausência de cirrose avançada e outras comorbidades. Situações especiais, como a coinfecção HCV/HIV e HCV/HBV, hepatopatia avançada, gravidez e doença renal crônica, requerem atenção especial. O protocolo brasileiro, definido pelo PCDT (2019) e atualizado pela Nota Técnica 30/2023, fornece orientações detalhadas para cada situação clínica. Antes de iniciar o tratamento, é importante checar possíveis interações medicamentosas. Hepatite C tem Cura? Felizmente, a doença tem cura. O avanço da medicina nos últimos anos proporcionou tratamentos altamente eficazes para a hepatite C. Os medicamentos antivirais de ação direta (DAAs) são atualmente o padrão de tratamento, e com um curso de 8 a 12 semanas, mais de 95% dos pacientes têm chances de cura. Um ponto importante para a cura é realizar o teste de forma precoce a fim de que a doença não se torne crônica e venha a causar a cirrose. Ou seja, para que o tratamento atue de forma 100% eficaz é de suma importância realizar diagnóstico e, por tabela, tratamento específico precoce. Testagem e tratamento da Hepatite C no SUS Vale mencionar que o Brasil é um dos poucos países que oferecem o tratamento gratuito para hepatite C, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O paciente pode ser encaminhado tanto pelo médico da rede pública quanto de profissionais que atendem em consultórios particulares, seguindo o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para a doença. Mas não só isso. Em fase
Hepatite B: o que é, transmissão, sintomas e tratamento
Compreender a hepatite B é crucial para profissionais da saúde, especialmente médicos e estudantes de medicina. Então, se você quer saber ou se lembrar melhor o que é a hepatite B, como funciona a transmissão, quais são os principais sinais e sintomas, além das opções de tratamento, este é o lugar certo. Vamos lá? O que é a hepatite B? A hepatite B é uma doença viral crônica capaz de lesar fígado de forma aguda mas mais frequentemente causa uma hepatopatia progressiva e de evolução lenta. O HBV tem um forte tropismo pelas células do fígado pois os hepatócitos possuem receptores do HBV que facilitam a entrada do vírus onde ocorre sua replicação. Como funciona a transmissão da doença? Existem várias maneiras de transmissão do HBV, incluindo: O período de incubação é em média de 60 a 90 dias, mas pode variar de 30 a 180 dias. O período de transmissibilidade começa cerca de duas a três semanas antes dos primeiros sintomas e se mantém enquanto o HBsAg estiver positivo na sorologia para hepatite B. Entre os pacientes com HBsAg positivos, os que apresentam HBeAg (marcador de replicação viral) reagente têm maior risco de transmitir o HBV do que os com HBeAg não reagente. Quais são os principais sinais e sintomas da hepatite B? Os sintomas da hepatite B podem variar desde uma apresentação subclínica e anictérica (70% dos casos) até uma hepatite ictérica (30% dos casos). A forma aguda da doença pode apresentar sintomas prodrômicos de febre baixa, náuseas, vômitos, anorexia, fadiga e dor em hipocôndrio direito e/ou epigástrio. Na forma ictérica, sintomas constitucionais precedem em 10 dias o aparecimento de icterícia. Na fase crônica, os pacientes em geral têm um curso assintomático ou apresentam sintomas constitucionais como fadiga, anorexia e náuseas. Com a progressão da doença hepática para cirrose, surgem seus estigmas, podendo evoluir para complicações. Além disso, ressalta-se que a hepatite B crônica se caracteriza pela detecção de material genético ou de antígenos virais por um período de seis meses após o diagnóstico inicial. Nesses casos, os pacientes apresentam sinais histológicos de lesão hepática (inflamação com ou sem fibrose) e marcadores sorológicos/virológicos de replicação viral, com possível agravamento da doença hepática em longo prazo. Exame Físico No exame físico, a hepatite aguda geralmente se manifesta por hepatomegalia e febre baixa, podendo estar acompanhada por icterícia (na forma ictérica da doença) e esplenomegalia. Em casos raros, pode apresentar eritema palmar e aranhas vasculares. Na hepatite crônica, são comuns os estigmas de hepatopatia crônica e cirrose, como: Critérios Diagnósticos Segundo o Ministério da Saúde De acordo com o Ministério da Saúde, um caso de hepatite B se confirma quando o indivíduo apresenta um ou mais dos seguintes marcadores reagentes ou exame de biologia molecular para hepatite B: HBsAg reagente; anti-HBc IgM reagente; HBV-DNA detectável. Além disso, o indivíduo que evolui ao óbito com menção de hepatite B na declaração médica, também é um caso confirmado. Nesse sentido, um ponto de atenção é que se deve notificar hepatites em até sete dias no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Para tanto, utiliza-se a Ficha de Investigação das Hepatites Virais. Em sequência, as fichas vão ao nível hierarquicamente superior ou ao órgão responsável pela vigilância epidemiológica em níveis municipal, regional, estadual ou federal. Tratamento para hepatite B na prática O tratamento da hepatite B pode variar dependendo do estágio da doença e da saúde geral do paciente. De fato, em alguns casos, o tratamento não é necessário imediatamente. No entanto, em outros, medicamentos antivirais ou até mesmo transplante de fígado podem ser necessários. De qualquer forma, o acompanhamento regular com um médico é essencial para monitorar a progressão da doença e adaptar o tratamento conforme necessário. Como funciona a vacinação contra esta hepatite? A vacina contra a hepatite B é uma forma altamente eficaz de prevenção. Ela deriva de parte do vírus (antígeno de superfície da hepatite B ou HBsAg) que é produzida em laboratório usando leveduras geneticamente modificadas. A vacina não contém vírus vivo, por isso não pode causar a doença. Ela ativa o sistema imunológico para produzir anticorpos contra o vírus, que podem proteger contra uma infecção futura. O esquema padrão de vacinação contra hepatite B é de três doses administradas em 0, 1 e 6 meses. No entanto, em algumas populações de alto risco (por exemplo, imunocomprometidos ou pessoas com doença renal crônica), uma dose mais alta pode ser recomendada, bem como avaliar a soroconversão (a produção de anticorpos em resposta à vacina) após a vacinação. Recomenda-se a vacinação para todas as pessoas, mas especialmente para aqueles em alto risco de infecção, como profissionais de saúde, pessoas com parceiros sexuais com hepatite B, e bebês nascidos de mães infectadas com hepatite B. Além disso, a imunoglobulina humana anti-hepatite B (HBIG) pode ser dada a pessoas que foram recentemente expostas ao vírus (por exemplo, através de contato sexual ou exposição a sangue infectado) e que não foram vacinadas ou não têm imunidade completa. Em pessoas que não desenvolveram imunidade após a vacinação (indicada por anti-HBs <10 miliunidades/mL), um esquema adicional de três doses da vacina pode ser recomendado. A hepatite B pode ser curada? Na hepatite B aguda, a maioria dos adultos saudáveis (mais de 90%) infectados irão desenvolver uma resposta imune. Nesse caso, a imunidade irá remover o vírus de seu corpo e proporcionar imunidade contra futuras infecções. Em outras palavras, eles têm a “cura” de sua infecção aguda. A hepatite B crônica (HBsAg positivo com mais de seis meses de doença) é uma doença que possui tratamento, mas o resultado do tratamento varia com o estágio da infecção e da resposta do paciente ao tratamento. É importante lembrar que “cura” aqui deve ser entendida como a eliminação completa do vírus do organismo (contagem viral ficar zerada), o que nem sempre é possível. Mesmo quando o tratamento não cura a doença, ele consegue reduzir a progressão da doença para a cirrose. Ao suprimir a replicação do vírus o tratamento reduz a inflamação e o dano