Hepatite B: o que é, transmissão, sintomas e tratamento
Compreender a hepatite B é crucial para profissionais da saúde, especialmente médicos e estudantes de medicina. Então, se você quer saber ou se lembrar melhor o que é a hepatite B, como funciona a transmissão, quais são os principais sinais e sintomas, além das opções de tratamento, este é o lugar certo. Vamos lá? O que é a hepatite B? A hepatite B é uma doença viral crônica capaz de lesar fígado de forma aguda mas mais frequentemente causa uma hepatopatia progressiva e de evolução lenta. O HBV tem um forte tropismo pelas células do fígado pois os hepatócitos possuem receptores do HBV que facilitam a entrada do vírus onde ocorre sua replicação. Como funciona a transmissão da doença? Existem várias maneiras de transmissão do HBV, incluindo: O período de incubação é em média de 60 a 90 dias, mas pode variar de 30 a 180 dias. O período de transmissibilidade começa cerca de duas a três semanas antes dos primeiros sintomas e se mantém enquanto o HBsAg estiver positivo na sorologia para hepatite B. Entre os pacientes com HBsAg positivos, os que apresentam HBeAg (marcador de replicação viral) reagente têm maior risco de transmitir o HBV do que os com HBeAg não reagente. Quais são os principais sinais e sintomas da hepatite B? Os sintomas da hepatite B podem variar desde uma apresentação subclínica e anictérica (70% dos casos) até uma hepatite ictérica (30% dos casos). A forma aguda da doença pode apresentar sintomas prodrômicos de febre baixa, náuseas, vômitos, anorexia, fadiga e dor em hipocôndrio direito e/ou epigástrio. Na forma ictérica, sintomas constitucionais precedem em 10 dias o aparecimento de icterícia. Na fase crônica, os pacientes em geral têm um curso assintomático ou apresentam sintomas constitucionais como fadiga, anorexia e náuseas. Com a progressão da doença hepática para cirrose, surgem seus estigmas, podendo evoluir para complicações. Além disso, ressalta-se que a hepatite B crônica se caracteriza pela detecção de material genético ou de antígenos virais por um período de seis meses após o diagnóstico inicial. Nesses casos, os pacientes apresentam sinais histológicos de lesão hepática (inflamação com ou sem fibrose) e marcadores sorológicos/virológicos de replicação viral, com possível agravamento da doença hepática em longo prazo. Exame Físico No exame físico, a hepatite aguda geralmente se manifesta por hepatomegalia e febre baixa, podendo estar acompanhada por icterícia (na forma ictérica da doença) e esplenomegalia. Em casos raros, pode apresentar eritema palmar e aranhas vasculares. Na hepatite crônica, são comuns os estigmas de hepatopatia crônica e cirrose, como: Critérios Diagnósticos Segundo o Ministério da Saúde De acordo com o Ministério da Saúde, um caso de hepatite B se confirma quando o indivíduo apresenta um ou mais dos seguintes marcadores reagentes ou exame de biologia molecular para hepatite B: HBsAg reagente; anti-HBc IgM reagente; HBV-DNA detectável. Além disso, o indivíduo que evolui ao óbito com menção de hepatite B na declaração médica, também é um caso confirmado. Nesse sentido, um ponto de atenção é que se deve notificar hepatites em até sete dias no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Para tanto, utiliza-se a Ficha de Investigação das Hepatites Virais. Em sequência, as fichas vão ao nível hierarquicamente superior ou ao órgão responsável pela vigilância epidemiológica em níveis municipal, regional, estadual ou federal. Tratamento para hepatite B na prática O tratamento da hepatite B pode variar dependendo do estágio da doença e da saúde geral do paciente. De fato, em alguns casos, o tratamento não é necessário imediatamente. No entanto, em outros, medicamentos antivirais ou até mesmo transplante de fígado podem ser necessários. De qualquer forma, o acompanhamento regular com um médico é essencial para monitorar a progressão da doença e adaptar o tratamento conforme necessário. Como funciona a vacinação contra esta hepatite? A vacina contra a hepatite B é uma forma altamente eficaz de prevenção. Ela deriva de parte do vírus (antígeno de superfície da hepatite B ou HBsAg) que é produzida em laboratório usando leveduras geneticamente modificadas. A vacina não contém vírus vivo, por isso não pode causar a doença. Ela ativa o sistema imunológico para produzir anticorpos contra o vírus, que podem proteger contra uma infecção futura. O esquema padrão de vacinação contra hepatite B é de três doses administradas em 0, 1 e 6 meses. No entanto, em algumas populações de alto risco (por exemplo, imunocomprometidos ou pessoas com doença renal crônica), uma dose mais alta pode ser recomendada, bem como avaliar a soroconversão (a produção de anticorpos em resposta à vacina) após a vacinação. Recomenda-se a vacinação para todas as pessoas, mas especialmente para aqueles em alto risco de infecção, como profissionais de saúde, pessoas com parceiros sexuais com hepatite B, e bebês nascidos de mães infectadas com hepatite B. Além disso, a imunoglobulina humana anti-hepatite B (HBIG) pode ser dada a pessoas que foram recentemente expostas ao vírus (por exemplo, através de contato sexual ou exposição a sangue infectado) e que não foram vacinadas ou não têm imunidade completa. Em pessoas que não desenvolveram imunidade após a vacinação (indicada por anti-HBs <10 miliunidades/mL), um esquema adicional de três doses da vacina pode ser recomendado. A hepatite B pode ser curada? Na hepatite B aguda, a maioria dos adultos saudáveis (mais de 90%) infectados irão desenvolver uma resposta imune. Nesse caso, a imunidade irá remover o vírus de seu corpo e proporcionar imunidade contra futuras infecções. Em outras palavras, eles têm a “cura” de sua infecção aguda. A hepatite B crônica (HBsAg positivo com mais de seis meses de doença) é uma doença que possui tratamento, mas o resultado do tratamento varia com o estágio da infecção e da resposta do paciente ao tratamento. É importante lembrar que “cura” aqui deve ser entendida como a eliminação completa do vírus do organismo (contagem viral ficar zerada), o que nem sempre é possível. Mesmo quando o tratamento não cura a doença, ele consegue reduzir a progressão da doença para a cirrose. Ao suprimir a replicação do vírus o tratamento reduz a inflamação e o dano