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Rinite alérgica: aprofunde-se nesta doença que exacerba no inverno

Rinite alérgica

A rinite alérgica é uma condição que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, e sua manifestação pode ser especialmente intensificada durante o inverno. Com uma prevalência de 10 a 30% na população, esta condição representa um importante desafio para os sistemas de saúde e para a qualidade de vida dos pacientes. Compreender essa condição é fundamental para médicos e estudantes de medicina, a fim de fornecer o melhor tratamento possível aos seus pacientes. O que é a rinite alérgica? A rinite alérgica é uma inflamação da mucosa da cavidade nasal causada pela exposição a alérgenos e é mediada pela imunoglobulina E (IgE). Ela é frequentemente caracterizada por espirros, congestão nasal, coceira e secreção nasal. Qual a diferença da rinite alérgica da rinite nervosa? A rinite nervosa é uma condição distinta, frequentemente ligada a emoções e estresses, enquanto a rinite alérgica é desencadeada por alérgenos específicos. Caracterizada por espirros frequentes, prurido nasal e rinorreia clara, a rinite nervosa não conta com a presença de alérgenos detectáveis. Esses sintomas são frequentemente desencadeados por estresse, emoções fortes ou mudanças drásticas na temperatura ambiental. Causa da Rinite Alérgica Para entender a rinite alérgica, é fundamental compreender sua fisiopatologia. Tudo começa com uma exposição inicial ao alérgeno, que é processado pelas células apresentadoras de antígeno. Estas células, em seguida, interagem com o linfócito Th2, incentivando-o a liberar citocinas como IL-4, IL-6 e IL-13. Essas citocinas têm um papel crucial: elas guiam a diferenciação do linfócito B em plasmócito, o qual começa a produzir IgE. Esta IgE se ligará aos mastócitos, sensibilizando-os. Quando um reencontro com o alérgeno acontece, os mastócitos sensibilizados liberam substâncias como histamina, protease e triptase. O resultado? Uma reação alérgica. Esta resposta pode ser dividida em duas fases: uma imediata (15-30 minutos após exposição, com liberação de histamina) e uma tardia (6-12 horas após, marcada pela chegada de outras células inflamatórias, como eosinófilos). Os desencadeadores da rinite alérgica são variados e influenciados pelo ambiente em que o indivíduo vive. Desde agentes ocupacionais até mudanças climáticas, é essencial que os pacientes reconheçam e minimizem sua exposição a esses fatores. O contato com certos poluentes, fumaça de cigarro, substâncias químicas e aeroalérgenos como ácaros e fungos são exemplos claros de riscos potenciais. Sintomas da rinite alérgica Sintomas Nasais da Rinite Alérgica Congestão, espirros, prurido e rinorreia são frequentes. Muitos pacientes também desenvolvem polipose nasal, resultando em obstrução e perda do olfato. Estes sintomas afetam diariamente o bem-estar do paciente, muitas vezes sendo confundidos com resfriados comuns, daí a necessidade de um diagnóstico preciso. Sintomas Oculares da Rinite Alérgica Conjuntivite alérgica, caracterizada por prurido, vermelhidão e lacrimejamento, frequentemente acompanha a rinite. Esta associação destaca a interconexão das vias aéreas superiores e dos olhos no contexto alérgico. Impactos Psicológicos da Rinite Alérgica O comprometimento do sono pode levar à irritabilidade, fadiga e diminuição da concentração. Além disso, o desconforto contínuo pode impactar o humor e a capacidade de socialização, intensificando sentimentos de isolamento ou depressão. Diagnóstico da rinite Para diagnosticar a rinite alérgica, um médico levará em consideração a anamnese e o exame físico. No entanto, existem exames complementares que auxiliam no diagnóstico e na identificação dos alérgenos responsáveis. História Clínica Os sintomas e sua relação com a exposição a potenciais alérgenos são fundamentais. É vital explorar a relação com mudanças de ambiente, estações do ano e presença de animais. Esta coleta detalhada de informações fornece uma base sólida para um diagnóstico acurado. Exames Complementares O teste cutâneo por puntura e o teste sanguíneo RAST auxiliam na identificação dos alérgenos causadores. Outros exames, como endoscopia nasal, podem ser necessários em casos de complicações. Aliás, estes testes, quando realizados em conjunto, fornecem um panorama abrangente do perfil alérgico do paciente. Após realizar o diagnóstico, faz-se a estratificação da rinite alérgica, a qual varia de acordo com a frequência e gravidade: Estratificação da rinite Por Frequência Em primeiro lugar, a classificação por frequência permite uma melhor compreensão da extensão da doença, possibilitando ajustes terapêuticos adequados ao perfil clínico do paciente. Por Gravidade A gravidade influencia diretamente a abordagem terapêutica e o acompanhamento, com casos graves necessitando de atenção especializada e acompanhamento regular. Qual é o CID da rinite? O CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) da rinite alérgica é J30, que abrange várias formas da doença, incluindo a rinite alérgica sazonal e perene. Além disso, há as subdivisões do CID de rinite alérgica, as quais incluem: J300 – Rinite vasomotoraJ301 – Rinite alérgica devida a pólenJ302 – Outras rinites alérgicas sazonaisJ303 – Outras rinites alérgicasJ304 – Rinite alérgica não especificada Tratamento da rinite alérgica O tratamento da rinite alérgica visa principalmente controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Este tratamento inclui: Atenção Primária à Saúde e Profilaxia Por fim, a rinite alérgica é frequentemente subdiagnosticada e subtratada. De fato, os médicos de atenção primária devem estar atentos para o diagnóstico correto e a orientação inicial, encaminhando casos mais complexos para especialistas. Assim sendo, uma detecção precoce pode evitar complicações e melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Nesse sentido, evitar o primeiro contato com alérgenos, especialmente em crianças com predisposição alérgica, é essencial. Vacinas e outras estratégias estão sendo estudadas para prevenir o desenvolvimento de rinite em indivíduos em risco. Enquanto ainda estamos no início dessas pesquisas, o potencial para prevenção eficaz é promissor. Conclusão Portanto, a rinite alérgica é uma condição comum, mas que pode comprometer significativamente a qualidade de vida de quem sofre dela. Dessa forma, uma abordagem multidisciplinar, envolvendo medidas preventivas, diagnóstico preciso e tratamento adequado, é fundamental para controlar os sintomas e garantir que os pacientes possam levar uma vida normal e saudável. Médicos e estudantes de medicina devem estar cientes dos últimos avanços e tratamentos disponíveis para rinite alérgica, a fim de fornecer o melhor atendimento possível. E, com a chegada do inverno, é essencial estar ainda mais atento a esta condição, pois muitos pacientes podem apresentar exacerbação dos sintomas durante esse período. Então, saiba mais sobre a rinite alérgica no App Blackbook. Referências Bibliográficas World

Quando suspeitar de uma Doença Renal Crônica?

Doença renal crônica - quando suspeitar?

ATENÇÃO: O conteúdo sobre Doença Renal Crônica foi desenvolvido para profissionais e estudantes da área da saúde. Não deve ser utilizado como fonte de consultas por pessoas leigas. O Brasil tem mais de 10 milhões de afetados por algum grau de doença renal. Desse número, 140 mil pessoas estão em hemodiálise. Em 2022, 4.828 pacientes passaram por transplante renal, o que coloca o país na terceira posição no que diz respeito ao número de procedimentos desse tipo. Além disso, resulta em um mínimo de 2,4 milhões de óbitos anualmente. Com base nas informações da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), o Brasil testemunha a alta incidência de Doença Renal Crônica (DRC) avançada. Esse aumento leva ao expressivo número de pacientes dependentes de hemodiálise, o que não só compromete a qualidade de vida do paciente, mas sobrecarrega financeiramente o SUS. A fim de aprimorar e ampliar o suporte oferecido às pessoas em tratamento de Doença Renal Crônica, o Ministério da Saúde reajustou em 10,3% o valor destinado à hemodiálise convencional, dentro da tabela do SUS. Um investimento total de R$600 milhões será direcionado a essa iniciativa. Apesar do objetivo nobre, os custos poderiam ser reduzidos caso a prevenção de DRC fosse efetiva. Sabemos que pessoas que sofrem de Doença Renal Crônica enfrentam um risco três vezes maior de eventos cardiovasculares e cerebrovasculares em comparação com aqueles sem essa condição. Eventos como: Como resultado, os portadores de DRC têm probabilidade substancialmente maior de enfrentar resultados fatais em comparação com a progressão para um estágio terminal da doença renal. Sabendo que em uma grande parcela dos casos de Doença Renal Crônica os fatores de risco são preveníveis e até mesmo tratáveis, é fundamental compreender a patologia, como faremos a seguir! O que é a Doença Renal Crônica? De forma geral, a Doença Renal Crônica se caracteriza pelas lesões nos rins que persistem por um período igual ou superior a três meses. O estágio final desse processo é mais reconhecido como insuficiência renal crônica, requerendo a realização de diálise ou um transplante renal para a manutenção da vida. A Doença Renal Crônica engloba transformações complexas que afetam a estrutura e a operação dos rins. Essa operação não envolve apenas a depuração realizada por eles, mas também a regulação do volume plasmático e de outros íons como: Além dos íons, regula a produção de hormônios como: Quaisquer lesões ou insultos que provoquem disfunção renal, sejam pré-renais, renais ou pós renais, podem levar à: Origem e prognósticos É importante pontuar que a Doença Renal Crônica possui múltiplas origens e vários indicadores prognósticos. O distúrbio apresenta um curso prolongado, evoluindo gradualmente e, na maior parte do período, é silencioso em seus sintomas. Inúmeros elementos estão vinculados tanto à origem quanto ao avanço em direção à deterioração da função renal.  Portanto, é crucial identificar pessoas com predisposição ao desenvolvimento da Doença Renal Crônica, ou que apresentem disfunção renal leve e silenciosa, que muitas vezes é reversível. Assim, torna-se possível viabilizar um diagnóstico e abordagem mais precoces e, consequentemente, um melhor prognóstico. Para isso, é importante compreender quais os principais fatores de risco para DRC.  Quais os principais fatores de risco para a Doença renal crônica? Muitos são os fatores de risco para o desenvolvimento de Doença Renal Crônica. No entanto, nesse tópico não será avaliado apenas o que pode levar ao desenvolvimento da doença. Veremos também os preditores para uma pior progressão, isto é, marcadores de que o paciente com DRC tem pior prognóstico para perda de função renal ao longo da evolução clínica. Geralmente, estão sob o risco de desenvolver DRC: Já quem tem risco de pior prognóstico são: Além de todos esses fatores que contribuem para o desenvolvimento e pior prognóstico da Doença Renal Crônica, existem muitos outros no app Blackbook. Diagnóstico da DRC: quais os achados na anamnese, nos exames físicos e nos exames complementares? O diagnóstico da doença renal crônica pode ser um desafio para muitos médicos, principalmente no início do desenvolvimento da patologia. Afinal, na maioria dos casos, ela é assintomática nessa fase. Em geral, as manifestações clínicas da DRC surgem em estágios mais avançados da doença, quando os rins se tornam incapazes de manter suas funções. Sinais e sintomas como descontrole pressórico, edema, congestão pulmonar, anemia, acidose e diversas outras complicações, muitas vezes só podem ser observados quando o paciente já não pode mais se beneficiar de controle da doença de base a fim de evitar a progressão da doença renal. Assim sendo, a identificação e abordagem precoce dos casos leves e assintomáticos de doença renal é essencial para a eficácia do tratamento. Como fazer o rastreamento na fase inicial da doença? Uma vez que trata-se de uma doença de início silencioso, é aconselhável realizar, regularmente, a avaliação da creatinina (com estimativa da taxa de filtração glomerular). Também se indica a detecção de proteinúria por meio do teste com fita, especialmente em pacientes com risco elevado. É o caso daqueles com diabetes mellitus, hipertensão arterial, bem como pacientes com histórico pessoal ou familiar de doença renal.  E após surgir a sintomatologia de Doença Renal Crônica? Após o surgimento dos sintomas é mais sugestiva a suspeita de Doença Renal Crônica, sendo as manifestações a seguir as principais encontradas durante a anamnese e exame físico do paciente que procura o serviço de saúde. Como confirmar o diagnóstico, de fato? Para identificar pacientes com Doença Renal Crônica, existem recursos diagnósticos como a Taxa de Filtração Glomerular (TFG), análise sumária de urina (EAS) e, idealmente, um exame de imagem. É o caso da ultrassonografia dos rins e das vias urinárias. Sendo assim, vamos avaliar a seguir cada recurso diagnóstico. Taxa de filtração glomerular A fim de avaliar a Taxa de Filtração Glomerular (TFG), o conselho é evitar a utilização da depuração de creatinina medida por meio da coleta de urina durante 24 horas. Isso por causa do potencial de imprecisões na coleta e das dificuldades temporais envolvidas. É mais indicado empregar fórmulas que estimem a TFG com base na creatinina sérica. As principais fórmulas recomendadas para esse cálculo

O que eu gostaria de saber quando me formei em Medicina

O que eu gostaria de saber quando me formei em Medicina - Thais Albuquerque

Olá! Meu nome é Thais Albuquerque, eu sou médica e psicóloga. Uma das coisas que eu mais gosto de fazer é falar e compartilhar sobre a importância de fazermos escolhas nas nossas vidas que nos guiem pra satisfação pessoal e profissional. Se você ainda não me conhece, vou te contextualizar. Eu sempre quis ser médica, desde que me entendo por gente, mas o acesso a faculdade de medicina me foi negado por diversas vezes. Depois de 4 anos de tentativas e negativas, acabei optando por um plano B e entrei em psicologia na USP – curso que definitivamente não me traria realização profissional, mas colabora e muito com a profissional que eu sou hoje. Depois de 5 anos de cursinho e 1 ano trabalhando, me vi tentando sobreviver no mercado de trabalho e tentando preencher um vazio que crescia quase exponencialmente. Eu precisava ser médica, nem que eu chegasse na faculdade e percebesse que nada daquilo faria sentido, mas eu precisava tentar de novo. Por isso, eu voltei para os bancos do cursinho, estudei com todo afinco que pude até finalmente ingressar no curso de medicina da faculdade de medicina de São José do Rio Preto, a FAMERP – uma faculdade estadual no interior do Estado de São Paulo.  E o que aconteceu quando me formei? Como eu imaginava, a medicina fez todo o sentido que eu buscava. Eu me sentia feliz estudando, indo às aulas, aprendendo, perguntando, entendendo e até sofrendo com milhares de provas, relatórios e trabalhos em grupo. Eu vivi os 6 anos mais desafiadores da minha vida pra finalmente ser quem eu sempre sonhei. Hoje já se passaram quase 3 anos desde que eu me formei e  comecei a atuar um pouco como médica e um pouco como psicóloga, afinal de contas não consigo imaginar um atendimento clínico que seja desvinculado de uma escuta terapêutica. Esse tempo já formada tem sido tão desafiador, ou mais, quanto os 6 anos de medicina. Muitas coisas acontecem depois que a gente atravessa o “portal” da medicina e quase ninguém fala sobre elas, talvez porque estragaria um pouco o glamour (do qual eu não concordo) que envolve a figura do profissional médico. A seguir, compartilho 4 coisas que eu gostaria de saber logo que me formei! Vem comigo neste texto preparado com muito carinho e me conta o que você acha, combinado?  1. A rotina é extenuante, sim! Trabalhar com medicina é na maioria das vezes trabalhar exaustivamente, ter rotinas atribuladas, pouco tempo pra viver outras coisas, viver com muitos conflitos internos, muitas cobranças e medos que são pouquíssimos trabalhados durante a graduação. Não, o intuito desse texto não é te desestimular, muito pelo contrário. É ampliar o debate sobre como é a vida sendo médica para além de toda idealização que começamos a criar antes mesmo de entrarmos na faculdade. As pessoas são diferentes, têm limiares diferentes de tolerância em relação ao cansaço e, em outras palavras, o que pode ser considerado por mim uma rotina de cansaço, pra você pode ser uma rotina leve.  Aqui a “palavra de ordem” é respeitar o colega e não trazer discursos como “ah, mas, na minha época eu dava plantões de 72 horas e aguentava sem reclamar”. Respeitando os seus limites, que são tão individuais e íntimos, é o que pode fazer a principal diferença na sua relação com a medicina.  2. Apesar das dificuldades, vale muito a pena Hoje eu entendo que o percurso que eu fiz foi exatamente o necessário e acertado pra que eu conseguisse olhar pra minha rotina e pudesse fazer escolhas. E mesmo com todas as dificuldades que eu tive e venho tendo na minha rotina, a medicina sempre está entre elas, porque ela fazia sentido desde que eu me entendi como gente. Eu realmente não sabia como era a realidade e a prática no dia a dia. Talvez se soubesse teria me formado com menos idealizações, com mais pé no chão e com ainda mais certeza de que ser médica é a minha escolha mais acertada de todas. Mas a satisfação alcançada após o reconhecimento do paciente, do elogio vindo da família que se sentiu acolhida e bem cuidada, daquele paciente que você observa sua evolução e melhor a cada consulta. Essa é a medicina que me faz brilhar os olhos. É inegável que, quando eu digo que vale a pena, eu também falo da estabilidade financeira que a medicina proporciona. E é isso que me leva ao terceiro ponto deste texto! 3. Dinheiro é bom, sim, mas, não é tudo! Eu não vou ser hipócrita e dizer que o salário no fim do mês não importa. Mas peço atenção a esse tema. Eu percebo muitos colegas que se formaram, conseguem fazer seus primeiros plantões e recebem os seus primeiros salários e aí que mora o perigo. Durante a graduação da faculdade de medicina, e arrisco a dizer que em nenhuma outra faculdade, nós não temos uma preparação sobre como lidar com o dinheiro. O dinheiro começa a entrar e muitos alunos começam a criar dívidas fazendo uma conta simplista pensando “ah, tudo bem, com 1 ou 2 plantões eu pago isso”. E, não existe nada mais valioso que o nosso tempo. É muito fácil se perder nessas contas e, quando você se dá conta, todos os seus dias, incluindo os finais de semana, estão comprometidos. Você entra num ciclo de precisar fazer cada vez mais plantões médicos para sustentar um estilo de vida que talvez ainda não caiba na sua vida. A gente costuma olhar médicas e médicos de carreira, que já estão com seus 30, 40 anos de formado e tentam alcançar o salário deles. Mais uma vez eu recomendo: respeite o seu tempo, avance gradualmente na sua carreira e com calma.  4. Como conseguir e escolher o primeiro plantão Posso trazer esse assunto com mais detalhes em um novo texto aqui do Blog Blackbook. Mas logo que a gente se forma na faculdade de medicina começam a surgir os grupos de plantões.

Hepatite C: Epidemiologia, Transmissão, Sintomas e Tratamento

ATENÇÃO: O conteúdo a seguir foi desenvolvido para profissionais e estudantes da área da saúde. Não deve ser utilizado como fonte de consultas por pessoas leigas. A hepatite C é uma infecção viral que afeta o fígado, causando inflamação e, eventualmente, levando a sérias complicações de saúde como cirrose e carcinoma hepatocelular. Apesar dos grandes avanços no diagnóstico e tratamento da hepatite C, a doença ainda afeta milhões de pessoas globalmente. Neste artigo, vamos explorar profundamente o que é hepatite C, a epidemiologia da doença, como ela é transmitida, os sintomas da hepatite C e o tratamento disponível. Então, tenha uma excelente leitura! O que é Hepatite C? Em primeiro lugar, vamos reforçar que a hepatite C é uma infecção do fígado causada pelo vírus da hepatite C (HCV). A infecção pode ser aguda ou crônica, variando em gravidade desde uma doença leve que dura algumas semanas até uma doença grave e permanente. Vale destacar que, no Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. No entanto, também se pode encontrar a hepatite do tipo delta (D) em regiões específicas, como a Norte. Epidemiologia da Hepatite C Globalmente, estima-se que cerca de 71 milhões de pessoas estejam infectadas pelo vírus da hepatite C. Assim, a cada ano, por volta de 400 mil pessoas morrem de complicações relacionadas à hepatite C, como cirrose e carcinoma hepatocelular. Por exemplo, no Brasil, estima-se que a prevalência de pessoas sororreagentes seja de aproximadamente 0,7%, representando cerca de 700 mil casos virêmicos que necessitam de tratamento. Nesse sentido, o genótipo 1 do HCV é o mais prevalente no país, seguido pelo genótipo 3, enquanto o genótipo 2 é mais comum na região Centro-oeste. Entre os pacientes em diálise crônica, a prevalência é ainda maior, chegando a 3,7%. Veja também: Hepatite B: o que é, transmissão, sintomas e tratamento Grupos Prioritariamente Testados para Hepatite C Dada a gravidade da hepatite C e a importância do diagnóstico precoce para um resultado de tratamento bem-sucedido, o Ministério da Saúde do Brasil recomenda o teste regular para vários grupos de risco. Esses grupos incluem pessoas vivendo com HIV, sexualmente ativas prestes a iniciar a profilaxia pré-exposição (PrEP) para HIV, com múltiplos parceiros sexuais ou com infecções sexualmente transmissíveis múltiplas, trans, trabalhadores do sexo e pacientes em hemodiálise. Além disso, outros grupos devem ser testados pelo menos uma vez na vida, incluindo pessoas com 40 anos ou mais, pessoas que consomem álcool e outras drogas, pessoas privadas de liberdade, pessoas que receberam transfusão de sangue ou hemoderivados antes de 1993, profissionais da saúde e pessoas com antecedente de exposição percutânea/parenteral a sangue. História Natural da doença A infecção pelo vírus da hepatite C divide-se em duas fases: aguda e crônica. A fase aguda ocorre logo após a infecção e, muitas vezes, apresenta poucos ou nenhum sintoma. Cerca de 20 a 30% dos indivíduos na fase aguda apresentam sintomas que variam de fadiga, náusea e dor abdominal a icterícia. Em 15 a 40% dos casos, a infecção é eliminada espontaneamente. Se a infecção persistir por mais de seis meses, ela entra na fase crônica, que ocorre em 60 a 85% dos casos. Na ausência de tratamento, a infecção crônica pelo HCV pode levar à cirrose hepática, aumentando o risco de hepatocarcinoma e descompensação hepática. Transmissão da Hepatite C Esse tipo de hepatite é transmitida principalmente através do contato direto com o sangue de uma pessoa infectada, seja por meio de práticas inadequadas de injeção, transfusões de sangue não testadas ou uso compartilhado de equipamentos para uso de drogas. Além disso, a transmissão sexual também é possível, embora menos comum, especialmente em indivíduos com múltiplos parceiros e práticas sexuais de risco. A transmissão vertical, de mãe para filho durante o parto, também ocorre, mas representa uma menor proporção de casos. Sintomas da Hepatite C Os sintomas de tal doença são muitas vezes inespecíficos e variam em gravidade. Na fase aguda, os sintomas podem incluir fadiga, náusea, dor abdominal, perda de apetite e icterícia. Por outro lado, na fase crônica, os sintomas podem incluir fadiga persistente, dor no fígado, perda de apetite e icterícia. Tratamento Específico Recomenda-se o tratamento da hepatite C para todos os pacientes com diagnóstico de infecção crônica, independentemente do grau de fibrose hepática. Uma variedade de terapias estão disponíveis, incluindo a combinação de Velpatasvir e Sofosbuvir, Glecaprevir e Pibrentasvir, e Alfapeguinterferona 2a em crianças, cada uma com suas próprias contraindicações. Por exemplo, não se recomenda mais a Ribavirina para pacientes sem cirrose e em terapia inicial para hepatite C. Define-se o tratamento específico pelo genótipo do paciente, a presença ou ausência de cirrose avançada e outras comorbidades. Situações especiais, como a coinfecção HCV/HIV e HCV/HBV, hepatopatia avançada, gravidez e doença renal crônica, requerem atenção especial. O protocolo brasileiro, definido pelo PCDT (2019) e atualizado pela Nota Técnica 30/2023, fornece orientações detalhadas para cada situação clínica. Antes de iniciar o tratamento, é importante checar possíveis interações medicamentosas. Hepatite C tem Cura? Felizmente, a doença tem cura. O avanço da medicina nos últimos anos proporcionou tratamentos altamente eficazes para a hepatite C. Os medicamentos antivirais de ação direta (DAAs) são atualmente o padrão de tratamento, e com um curso de 8 a 12 semanas, mais de 95% dos pacientes têm chances de cura. Um ponto importante para a cura é realizar o teste de forma precoce a fim de que a doença não se torne crônica e venha a causar a cirrose. Ou seja, para que o tratamento atue de forma 100% eficaz é de suma importância realizar diagnóstico e, por tabela, tratamento específico precoce. Testagem e tratamento da Hepatite C no SUS Vale mencionar que o Brasil é um dos poucos países que oferecem o tratamento gratuito para hepatite C, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O paciente pode ser encaminhado tanto pelo médico da rede pública quanto de profissionais que atendem em consultórios particulares, seguindo o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para a doença. Mas não só isso. Em fase