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Testes rápidos disponíveis em farmácias, consultórios e clínicas

Há bastante tempo, farmacêuticos de farmácias e drogarias avaliam parâmetros clínicos, como aferição de pressão arterial e glicemia capilar. Recentemente, houve o advento dos testes rápidos para COVID-19.  Em agosto de 2023, entrou em vigor uma decisão da Diretoria Colegiada da ANVISA (RDC 786) sobre os requisitos necessários em análise clínicas. Este, então, ampliou o rol de exames clínicos possíveis de serem realizados em farmácias, clínicas e consultórios. Exigências para realização de exames Estes estabelecimentos podem realizar os exames desde que: De forma geral, testes de triagem simples e com resultados imediatos realizados em gota de sangue colhido em punção digital, ou a partir de material colhido por swab nasal ou de orofaringe, poderão ser executados. Também se exige a coordenação por um profissional habilitado e em local separado e apropriado para isso. O estabelecimento que se disponha a realizar esses procedimentos deverá cumprir uma série de regulamentações e normas específicas. Testes rápidos permitidos A seguir, listamos os exames clínicos que passam a ser permitidos em farmácias e outros estabelecimentos. Triagem e acompanhamento de doenças crônicas Triagem de doenças agudas Exames confirmatórios de doença infecciosa específica Acompanhamento de eficácia de tratamentos em curso Exames de gravidez ou de ciclo (fertilidade) Outros Diferenças de metodologia dos testes Os testes rápidos são realizados logo após coleta, ainda na presença do paciente, utilizando pequena amostra de sangue capilar ou swab nasal ou de orofaringe. A leitura e  interpretação dos resultados são feitas em no máximo 30 minutos, sem necessitar de uma estrutura laboratorial e é emitido um laudo com valor legal. Existem diversos fabricantes e metodologias, cada um com um nível de acurácia diferente. Testes de detecção de anticorpos geralmente demoram alguns dias para positivar (exemplo: 7 dias na dengue) e teste de antígenos são mais positivos durante os primeiros dias da doença. Há também alguns exames com dois cassetes para testar para duas doenças ao mesmo tempo, por exemplo, influenza e COVID-19. Vantagens da ampliação de testes em farmácias Essa resolução pode ajudar e muito na avaliação precoce de problemas de saúde. Afinal, muitas pessoas têm dificuldade de realizar uma consulta médica e acabam recorrendo às farmácias, buscando alívio rápido de sintomas. As análises rápidas também auxiliam o paciente a acompanhar o tratamento e a evolução de seu quadro clínico, uma vez que poderão verificar alguns parâmetros durante a própria consulta. Dependendo da situação, isso pode acontecer até em um estabelecimento farmacêutico, geralmente muito acessível.  Exames rápidos em clínicas e consultórios podem ajudar na detecção de um diagnóstico precoce, cuja intervenção rápida é essencial para a efetividade do tratamento. Podem até evitar a busca desnecessária pelo serviço de saúde, ao descartar uma suspeita, considerando sempre a avaliação clínica. Nas farmácias, um cuidado importante é evitar fazer testes de triagem em pacientes sem risco epidemiológico ou sem sintomatologia clínica significativa para a doença. Caso contrário, pode haver uma taxa de falsos positivos maior que a de verdadeiros positivos. Os farmacêuticos que prestam o serviço de atenção farmacêutica poderão ter prontuários mais completos, com acompanhamento mais efetivo do tratamento e dos problemas relacionados à terapia medicamentosa. Assim, geram mais informações que auxiliarão todos os profissionais da equipe multiprofissional envolvidos. Fernanda CamposMestra em Medicamentos e Assistência Farmacêutica pela UFMG Farmacêutica editora na Blackbook desde 2016 fernanda@blackbook.com.br

Como saber quais são os medicamentos disponíveis no SUS?

Como saber se prescrevi um medicamento disponível no SUS?

Receitar medicamentos disponíveis no SUS é um dos cuidados que o profissional da saúde pode adotar em prol da adesão ao tratamento. Saiba como encontrar essas informações de disponibilidade! Uma das grandes preocupações que afetam o médico prescritor é saber se o paciente vai utilizar o medicamento que foi receitado. Esse problema fica ainda pior quando o quadro clínico é grave e não pode ser acompanhado – ou nas situações em que a droga é de alto custo. De fato, a falta de adesão ao tratamento é um problema que envolve todos os profissionais de saúde. Quando o caso diz respeito especificamente ao tratamento farmacológico, porém, os principais envolvidos são médicos, enfermeiros e farmacêuticos. Cada profissional pode auxiliar da melhor maneira possível a envolver o paciente para descobrir os motivos da não adesão e tentar mudar essa realidade. Mas e quando o problema é o custo do tratamento? Profissionais da rede pública conseguem saber com facilidade os medicamentos disponíveis no SUS. Contudo, para aqueles que atuam no sistema privado de saúde, isso pode ser um problema. Alguns medicamentos relativamente novos, como a dapagliflozina, podem ser diferenciais em um tratamento, mas o alto custo poderia inviabilizar o uso pelo paciente. Afinal, uma caixa chega a custar mais de 200 reais. As drogas disponíveis na rede pública Os medicamentos disponíveis no SUS estão listados por categorias segundo o agente financiador e distribuidor. Dependendo da categoria, alguns documentos além da prescrição serão necessários. Isso acontece porque a distribuição de determinados medicamentos (principalmente os de alto custo) ocorre apenas para indicações específicas, e é preciso comprovar a necessidade através de laudos. A primeira lista que precisamos conhecer é a chamada RENAME: Relação Nacional de Medicamentos Essenciais. Ela é publicada a cada 2 anos e contém todos os medicamentos a serem disponibilizados na rede pública de saúde. Também se divide em 3 componentes: básica, especializada e estratégica. Básica Medicamentos do componente básico são distribuídos pelo município. Ou seja, são aqueles que a pessoa consegue pegar no posto de saúde, precisando apenas que a prescrição (em 2 vias) seja pelo nome da fórmula (ou nome genérico). Especializada Os medicamentos do componente especializado são, geralmente, distribuídos em um local centralizado, gerido pela Secretaria de Saúde do Estado.  Mas essa aquisição é um pouco mais burocrática: exige o preenchimento de um formulário, além das duas vias da receita e, em alguns casos, de laudo que comprove a necessidade. A documentação precisará ser aprovada para que o fornecimento ocorra. Estratégica Por fim, temos os medicamentos do componente estratégico, voltados para ações específicas de combate a doenças. Temos como exemplo medicamentos para HIV/Aids, malária, tuberculose etc. Essa distribuição geralmente ocorre nos postos de saúde e costuma estar atrelada ao cuidado com o paciente, que será acompanhado durante o tratamento. Nem todos os medicamentos listados na RENAME estarão disponíveis, pois estados e municípios, através de avaliações epidemiológicas periódicas, podem definir aqueles de que necessitam, criando assim as listas estaduais e municipais (REMUME). Todas essas listas, assim como a relação de documentos e o local de distribuição estão disponíveis na internet. Porém, em alguns casos, pode ser necessário entrar em contato com a secretaria de saúde local.  Medicamentos disponíveis no SUS: como encontrar no app Blackbook O Blackbook acredita que o custo do tratamento e sua disponibilidade são ferramentas essenciais para o prescritor. Por isso, colocamos essas informações em destaque: A primeira informação que aparece é o resumo. Nele, é possível verificar se existe genérico e se o medicamento é distribuído na rede pública ou pelo programa Farmácia Popular. Logo em seguida, mostra uma média de custo diário do tratamento, informação particularmente importante quando se trata de uso contínuo. No exemplo acima, podemos ver claramente a diferença nos custos do tratamento para duas opções utilizadas na insuficiência cardíaca. Na seção de medicamentos do Blackbook, também podemos verificar que o enalapril possui genérico e é distribuído na rede básica de saúde ou através do Programa Farmácia Popular.  Já a dapagliflozina não tem genérico, mas é distribuído pelo componente especializado da Assistência Farmacêutica, ou seja, pode ser adquirido após solicitação em farmácias centralizadas. O cuidado com a saúde vai muito além do diagnóstico e da prescrição. É essencial que o profissional de saúde esteja ciente do custo do tratamento, confirme que se trata de medicamentos disponíveis no SUS, e, principalmente, converse sobre isso com seu paciente. O custo não é o único empecilho, pois, dependendo do caso, os parâmetros burocráticos exigirão muita paciência e persistência do paciente ou de seus familiares. Expor os riscos e os benefícios e envolver a pessoa na tomada de decisão, dando a ela parte da responsabilidade, ajudará a estabelecer uma boa relação de confiança. Contar com o Blackbook nas tomadas de decisão clínica é simples. Quer saber como? Baixe agora o app para aproveitar esse e outros benefícios! Fernanda CamposMestra em Medicamentos e Assistência Farmacêutica pela UFMG Farmacêutica editora na Blackbook desde 2016 fernanda@blackbook.com.br

Afinal, existe tratamento completamente seguro para insônia?

ATENÇÃO: O conteúdo a seguir foi desenvolvido para profissionais e estudantes da área da saúde. Não deve ser utilizado como fonte de consultas por pessoas leigas. A recente divulgação em massa de diversos casos de efeitos colaterais relacionados ao uso de zolpidem tem chamado a atenção para a importância da segurança relativa à prescrição de medicamentos indicados para o tratamento da insônia. Com o advento das tecnologias que tornaram o acesso à grande quantidade de informações muito mais fácil, a preocupação é ainda maior. Afinal, percebe-se a propagação de informações, por parte de pessoas leigas, recomendando o uso de medicamentos de forma aleatória sob o mandamento “foi muito bom pra mim, então, será bom pra você”. Não é desconhecido para ninguém a facilidade para se comprar medicamentos, independentemente da cor da tarja ou da necessidade de retenção de receita. Assim, vão aumentando os casos de reações adversas e prejuízo da saúde, a curto ou longo prazo. Nas próximas linhas, segue uma reflexão sobre o tratamento de insônia, o uso de medicamentos e a responsabilidade do profissional da saúde nesses casos. Confira! A escolha do tratamento para insônia Ansiedade, depressão e estresse são apenas alguns problemas que podem levar às dificuldades relacionadas ao sono. Some a isso a baixa tolerância à frustração e outros problemas cotidianos e teremos uma enorme gama de pessoas recorrendo a modos “mais fáceis” de resolver a insônia. Toda orientação é válida nesse contexto. Medicamentos que induzem o sono, como hipnóticos do grupo Z (zolpidem, zopiclona, eszopiclona) e benzodiazepínicos (clonazepam, diazepam, alprazolam), podem e devem ser recomendados pelos médicos em situações adequadas.  Inclusive, esses medicamentos são seguros se forem indicados para o perfil do paciente e, principalmente, se tomados pelo período de tempo recomendado. A higiene do sono ainda é o melhor método para tratamento da insônia, aliado a práticas psicoterapêuticas, quando necessário. A mudança de hábitos, porém, pode ser muito difícil para o indivíduo. Quando ele encontra uma forma rápida e eficiente de resolver o problema, como um comprimido, facilmente pode utilizá-la como uma muleta. Não é incomum que o médico prescreva um tratamento que deveria durar apenas 2 ou 3 semanas e nunca mais tenha notícias do paciente. O caso zolpidem Notícias recentes envolvendo os efeitos colaterais do zolpidem (Stilnox®, Patz®) trouxeram à tona os perigos que envolvem o uso mal orientado, como as crises de sonambulismo e alucinações. A orientação é ingerir o medicamento imediatamente antes de deitar, ou já deitado, e não levantar mais. Mas muitas pessoas tomam o comprimido e ainda vão realizar outras tarefas, o que favorece a ocorrência desses efeitos alucinatórios. Além disso, os comentários em redes sociais e reportagens evidenciam pessoas que fazem uso do medicamento há anos – tratamento que, se necessário de fato, deveria ser proposto por um período máximo de 6 meses, idealmente menos de um mês. Outros medicamentos para insônia Mas não é apenas o zolpidem que entra na lista de medicamentos que se tornam de “uso contínuo” por causa da dependência psicológica. Os benzodiazepínicos são utilizados para o tratamento da insônia há muito mais tempo e vigoram entre as substâncias mais consumidas em todo o mundo. Somente no Brasil, estima-se que mais de 2% da população adulta utiliza esses medicamentos, sendo que os maiores consumidores são idosos. Os efeitos do uso a longo prazo estão bem estabelecidos: déficit cognitivo e motor, perda de memória e demência são apenas alguns dos mais publicados.  A dependência física é uma das maiores dificuldades para retirada do medicamento. Enquanto isso, os sintomas da síndrome de abstinência (tontura, insônia, tremores, alucinações, náusea, cefaleia, convulsões) podem ser difíceis de suportar e até oferecer risco. A tolerância é outro problema, pois induz ao aumento da dosagem pelo próprio paciente e, consequentemente, aumento dos riscos. A responsabilidade do médico no tratamento de insônia O mais importante ao se discutir a segurança de um medicamento é ter certeza de que o paciente foi bem orientado. A data de início e a data de término – ou pelo menos o retorno – devem estar muito bem estabelecidos. É importante deixar claro o risco de dependência física (menor com medicamentos do grupo Z), como ela ocorre e quais são as formas de contorná-la. Mais do que isso, é importante explicar sobre a dependência psicológica e os efeitos que podem acontecer com o uso por tempo prolongado. Todo profissional de saúde precisa aceitar sua parcela de responsabilidade no tratamento das dependências químicas. Muito se fala em parar de fumar, perigos do álcool e do uso de substâncias ilícitas, mas vemos poucas iniciativas de combate ao uso indiscriminado de medicamentos. Ainda não é hábito do profissional questionar sobre quais medicamentos o paciente toma e, principalmente, há quanto tempo. O tratamento de qualquer problema de saúde deve ser precedido de questionamentos sobre o histórico de saúde, uso de medicamentos, estilo de vida, nível de exposição solar e a rotina do paciente. Não adianta apenas dizer a uma pessoa sedentária que ela precisa caminhar porque a atividade física vai ajudar a dormir – o medicamento também ajuda e com muito menos esforço. Tome como exemplo Se o médico conhece a rotina do paciente, pode direcionar melhor as informações que acompanham o receituário. Se, por exemplo, a prescrição será para um médico cirurgião, ou um bombeiro, ou outro profissional que atenda emergências em momentos variados do dia ou da noite, a principal orientação é: tomar o medicamento apenas quando tiver certeza que não precisará fazer um atendimento, ou, quando possível, informar alguém que tomou o medicamento e não pode ser chamado. Logo, esse paciente não deverá tomar o medicamento para dormir um pouco entre um plantão e outro, para não correr o risco de apresentar alguma reação inconveniente (alucinação, tontura, sonolência) enquanto trabalha. Outras orientações a pacientes Orientações simples podem evitar o aparecimento de muitos efeitos colaterais desagradáveis. Para o uso de benzodiazepínicos, é importante ensinar ao paciente sobre o tempo de funcionamento e como avaliar se o organismo está apto a realizar tarefas que exijam atenção, como dirigir.

Penicilina V é primeira escolha para faringite estreptocócica?

ATENÇÃO: O conteúdo a seguir foi desenvolvido para profissionais e estudantes da área da saúde. Não deve ser utilizado como fonte de consultas por pessoas leigas. Atualmente, com tanta facilidade de acesso, é comum que profissionais e instituições da área de saúde utilizem protocolos internacionais reconhecidos para o diagnóstico e o tratamento de doenças comuns em nosso meio. Alguns exemplos muito conhecidos são o AHA (American Heart Association) e o JNC (Joint National Committee), utilizados na hipertensão arterial, o GINA (Global Initiative for Asthma) na asma e o GOLD (Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease) para DPOC. Esses protocolos são extremamente confiáveis, desde que as metodologias e técnicas utilizadas sejam adaptadas para nossa realidade. Nesse contexto, é importante considerar algumas diferenças clássicas que podem existir entre os esquemas de tratamento recomendados em outros países e aqueles que temos disponíveis em nosso meio. Um grande exemplo é o tratamento da faringite estreptocócica, muito comum no mundo inteiro. Essa infecção é tratada com antibioticoterapia, e os protocolos e compêndios internacionais recomendam como primeira escolha o uso de penicilina V oral, ou fenoximetilpenicilina. As doses recomendadas são 250 mg para crianças até 27 kg e 500 mg para crianças acima de 27 kg e adultos, 2 a 3 vezes ao dia durante 10 dias. Ora, essa formulação está amplamente disponível no mercado internacional, seja na forma de cápsula (250 ou 500 mg) ou de suspensão oral (125 ou 250 mg/5 mL), além de possuir apresentações genéricas de diversos fabricantes. No Brasil, todavia, a realidade é outra: possuímos apenas uma marca de referência e uma de similar. A formulação deles é muito diferente, com comprimidos de 500.000 UI (ou 312,5 mg) e suspensão oral de 400.000 UI/5 mL (ou 250 mg/5 mL). Quando o mercado disponibiliza apenas 1 ou 2 marcas, normalmente, se espera um preço mais elevado. Além disso, para adequar a posologia à recomendação internacional, precisaríamos utilizar apenas a suspensão oral, cuja dose é equivalente em mg, mas que tem validade de apenas 7 dias após o preparo. Isso torna necessário a compra de pelo menos 2 frascos para se completar o tratamento de 10 dias. Todas essas dificuldades tornam o uso desse medicamento quase restrito por aqui. A recomendação de rotina para o tratamento oral é a amoxicilina, disponível no SUS ou fácil de comprar em drogarias por um preço razoável, e com posologia confortável. Essa comparação foi feita para nos lembrar de que nem tudo que é recomendado, é acessível. Quando o tratamento é focado no paciente, a adesão é mais facilmente alcançada, e isso é fundamental nos casos de infecção. Não deixe de ver a rotina atualizada no app Blackbook para o tratamento de faringites e amigdalites em adultos e em crianças. É onde os principais esquemas são abordados, com indicação de escolhas e alternativas de tratamento disponíveis no nosso mercado. Se ainda não tem acesso ao conteúdo completo em rotinas e medicamentos para profissionais da saúde, baixe agora o app Blackbook! Fernanda CamposMestra em Medicamentos e Assistência Farmacêutica pela UFMG Farmacêutica editora na Blackbook desde 2016 fernanda@blackbook.com.br