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Como ajudar seu paciente que pede um remédio para emagrecer

Como orientar pacientes no tratamento medicamentoso da obesidade (Remédio para emagrecer - Balckbook)

ATENÇÃO: O conteúdo foi desenvolvido para profissionais e estudantes da área da saúde. Não deve ser utilizado como fonte de consultas por pessoas leigas. A obesidade é uma condição crônica cada vez mais prevalente, de difícil tratamento e alta tendência à recorrência. Mais do que um problema estético, está relacionada ao aumento do risco e da gravidade de várias doenças como diabetes, hipertensão, dislipidemia, infarto, AVC, esteatose, osteoartrites e apneia do sono. Por isso,  a mortalidade aumenta e a expectativa de vida diminui de forma proporcional à intensidade da obesidade. Neste conteúdo, tratamos sobre as considerações que o profissional deve fazer antes de receitar remédio para emagrecer ao paciente durante um tratamento de obesidade. Confira! O que considerar sobre o uso de medicamentos para tratar a obesidade O uso de remédio para emagrecer deve ser considerado como medida auxiliar. Afinal, o tratamento inicial preconizado continua sendo sem medicamento, baseado em um tripé: Para melhorar a chance de sucesso na abordagem médica, é importante combinar com o paciente um acompanhamento mensal com o médico para avaliar o progresso do emagrecimento. Além disso, ajustar a estratégia de acordo com a resposta, melhorar o vínculo com o paciente e ajudá-lo a ampliar seu repertório de medidas para conseguir emagrecer e manter um peso mais saudável. Se após 3 a 6 meses de tratamento e acompanhamento não houver a perda de pelo menos 5% do peso corporal, o uso de remédio para emagrecer pode ser indicado. Outras condições são o sobrepeso, com IMC acima de 25 e com alguma doença que tende a melhorar com a redução do excesso de peso como: Além disso, os remédios para emagrecer são indicados para obesos com IMC acima de 30, independentemente de ter alguma dessas comorbidades. É razoável iniciar medicação auxiliar já no início do tratamento, junto das medidas de  modificação dos hábitos alimentares, aumento das atividades físicas e mudanças comportamentais nos pacientes com: Paciente no centro do tratamento O paciente deve ser sempre convidado a participar dessa decisão de usar medicamentos para emagrecer ou não e qual usar. Mas é importante que seja devidamente alertado que precisa manter as medidas de mudanças de estilo de vida para ajudar na perda de peso e evitar que volte a ganhar rapidamente o peso perdido. O que mudou nos tratamento da obesidade com medicamentos nos últimos anos? Em 2011, a ANVISA retirou do mercado as alternativas de medicamentos anfetamínicos como anfepramona, femproporex e mazindol. A decisão considerou que o risco de efeitos colaterais e o uso irregular não justificavam os resultados observados. Apenas a sibutramina e o orlistate ficaram disponíveis, além do uso off-label do topiramato e bupropiona. A liraglutida também passou a ser muito usada off-label, pois só recentemente reconheceu-se a indicação para obesidade. Em 2020, os resultados dos ensaios clínicos controlados (“trials”) começaram a mostrar os efeitos excepcionais da semaglutida, muito superiores aos observados com a liraglutida. Esses dois agonistas do receptor GLP-1 foram inicialmente desenvolvidos para tratamento do diabetes tipo 2. Mas logo notaram seu grande potencial como auxiliar na perda do excesso de peso comum nos diabéticos e passaram a ser usados off-label com sucesso em obesos não diabéticos. Os ensaios controlados com a semaglutida mostraram uma eficácia até então nunca observada com outros medicamentos para obesidade, o que levou ao licenciamento para esta indicação. A explosão do uso da Semaglutida (Ozempic) se justifica? A semaglutida é um agonista do receptor do GLP-1. Esse hormônio gastrointestinal reduz o esvaziamento gástrico, reduz o apetite e aumenta a saciedade com porções menores de alimentos. Ao contrário da liraglutida, tem ação mais longa e pode ser usada em injeções semanais. Vale considerar o tamanho do efeito (eficácia): Para que tipo de pacientes está indicada? Principalmente para pessoas com obesidade (IMC > 30). Mas pacientes com IMC acima de 27 e pelo menos um fator de risco de doença cardiovascular também entram na lista. Como exemplo, temos hipertensão, diabetes, dislipidemia, tabagismo, apneia do sono, insuficiência cardíaca, etc. Nos estudos de fase 3, a perda média de peso foi de 15% em 68 semanas (12% a mais que no grupo placebo) com dose semanal de 2,4 mg e 16% quando associada à terapia comportamental intensiva. Infelizmente, como se vende o remédio para emagrecer sem prescrição, milhões de pessoas passaram a usar o remédio para emagrecer 2 ou 3 kg de peso – mesmo que estivessem com um peso clinicamente considerado adequado. Isso contribuiu para a falta do medicamento no mercado, já que o laboratório não conseguiu suprir a demanda excessiva em vários países do mundo. Mas afinal qual é a dose e quanto custa esse tipo de tratamento? Até hoje, apenas a marca Ozempic, com canetas de 0,25/0,5 mg e de 1 mg, está disponível no mercado brasileiro como remédio para emagrecer. Isso dificulta o uso da dose considerada adequada. A marca Wegovy (do mesmo laboratório), com 2,4 mg/0,75 mL (dose adequada para obesidade) já foi aprovada pela ANVISA. Porém,o prazo para início da comercialização no Brasil é em 2024. A dose testada que garantiu a perda de 15% do peso em 68 semanas era a de 2,4 mg/semana. Quais são os efeitos colaterais desse remédio para emagrecer? Algumas pessoas não toleram o remédio para emagrecer. Assim, 1 em cada 20 prefere ou precisa interromper o uso da medicação por causa de efeitos colaterais como: Para a maioria das pessoas, esses sintomas são leves ou moderados e quase sempre transitórios e melhoram com uso de doses menores. O risco de aumento de casos de pancreatite descrito com a liraglutida não foi notado com a semaglutida. Além disso, não houve efeitos adversos graves notados na fase pós-lançamento. E os outros remédios para emagrecer disponíveis? Apesar de menos eficazes, estes remédios para emagrecer são bem mais baratos e continuam sendo alternativas para casos selecionados. Liraglutida Do mesmo grupo que a semaglutida, mas precisa ser administrada todo dia. Deve ser iniciada na dose de 0,6 mg/dia e, a seguir, aumentada progressivamente até a dose de 3 mg/dia. A perda de peso adicional